Assad: Estado Islâmico só perdeu forças após operação russa na Síria

Presidente sírio,Bashar Assad, declarou em uma entrevista ao jornal britânico The Sunday Times que o Ocidente está perdendo sua vantagem no Oriente Médio. "Anteriormente, quando eu declarava algo as pessoas diziam que o presidente sírio está desligado da realidade", disse.

Bashar al-Assad

"Agora isso mudou. O Ocidente se torna cada vez mais fraco. Eles não têm argumentos para explicar às pessoas o que está acontecendo", afirmou Assad.

De acordo com o líder sírio, o grupo terrorista Estado Islâmico vendia petróleo das jazidas iraquianas e enquanto "satélites e drones americanos observavam isso, o Ocidente continuava calado".

"Quando a Rússia interveio na situação da Síria, os extremistas do Daesh, começaram a perder terreno em todos os sentidos ", acrescentou o presidente sírio. Falando do assunto da guerra civil no seu país, Assad notou que a população síria está se colocando ao lado do governo porque quer que seja instaurada a paz no país.

"Muitos dos que antes se opunham ao Baas (o partido governista na Síria), a este governo e a este sistema, agora apoiam as autoridades, não por que gostam do governo, mas porque querem paz, estão cansados e perderam a esperança", disse Assad em entrevista ao jornal britânico The Sunday Times. Assad também frisou que ele sente a responsabilidade e não planeja deixar o cargo de presidente.

"Seria muito mais fácil fugir e desfrutar a vida, porque [a crise] não me dá vantagens, mas apenas impõe responsabilidade. Mas essa é a minha missão como presidente. Agora, a situação está fora do normal e como comandante-em-chefe tenho que ficar à frente do exército que defende o país", explicou ele. O conflito na Síria é considerado pelo presidente como "algo intermédio entre a Guerra Fria e a Terceira Guerra Mundial". Ele observou que não é possível encontrar uma solução para a crise quando um dos lados são fanáticos religiosos. Além disso, o processo de negociações é complicado devido à intervenção no conflito de uma série de países, tais como Estados Unidos, Arábia Saudita, Turquia, Reino Unido e França.