Quase 70% dos jovens brasileiros têm medo de ser vítima da polícia

Levantamento feito pelo Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) mostrou que 67% dos jovens brasileiros têm medo de ser vítima da Polícia Militar e 60% temem a Polícia Civil. Entre a população mais velha, mais da metade (59%) tem medo da violência policial.

Violencia contra jovens negros - Reprodução

Segundo a pesquisa, divulgada nesta quarta-feira (2), 70% da população sentem que as polícias cometem excessos de violência no exercício da função. O percentual sobe entre jovens com idade entre 16 e 24 anos e chega a 75%.

Porém, 57% dos entrevistados concordam com a afirmação “bandido bom é bandido morto”. Este índice aumenta para 62% em municípios com menos de 50 mil habitantes. A pesquisa ouviu 3.625 pessoas com mais de 16 anos em 217 cidades do país.

Policial vítima

A pesquisa revelou também que 64% dos brasileiros acreditam que os policiais são vítimas de criminosos. O anuário do FBSP aponta que, em 2015, 393 policiais foram assassinados, 16 a menos do que no ano anterior.

Segundo o anuário, os policiais brasileiros morrem mais fora do horário de trabalho do que a serviço da corporação: foram 103 mortes durante o expediente (alta de 30,4% em relação a 2014) e 290 fora do serviço (queda de 12,1% em relação a 2014), geralmente em situações de reação a roubo. Segundo o estudo, o policial muitas vezes reage a roubos sem estar protegido, ou vira alvo quando está trabalhando em atividades não oficiais (como segurança particular, por exemplo).

A pesquisa mostra também que 63% dos brasileiros acreditam que os policiais não têm boas condições de trabalho. Para pouco mais da metade (52%), a Polícia Civil faz um bom trabalho esclarecendo crimes e 50% creem que a Polícia Militar garante a segurança da população.

Plano nacional

Em nota, o Ministério da Justiça e Cidadania comentou o levantamento do FBSP. A assessoria de comunicação social do ministério esclareceu que a proposta do futuro Plano Nacional de Segurança Pública define um “protocolo unificado de atuação e investigação nas hipóteses de mortes de policiais e mortes decorrentes de intervenção policial”.