Nota de luto e chamado à luta: Não nos matarão!

O Coletivo Futebol Mídia e Democracia, do Centro de Estudos Barão de Itararé, vem, por meio desta nota, expressar extrema indignação com o caso da morte do torcedor cruzeirense Eros Dátilo Belizardo, nesta quarta-feira (26), dentro do estádio do Mineirão. A perda da vida do dirigente da torcida Pavilhão Independente é, para nós, o estopim da cruzada do sistema contra os torcedores de futebol no Brasil.

Eros Dátilo Belizardo

Segundo relatos de testemunhas, Eros foi abordado por seguranças da “Minas Arena” ao tentar passar de um setor do estádio para outro. Ao ser violentamente agarrado por seguranças, Eros teria sofrido asfixia, além de fraturar o maxilar. Com total desinteresse e descompromisso com a verdade, setores da mídia esportiva deram pouca importância ao ocorrido, divulgando a versão oficial de que Eros sofreu infarto.

Em primeiro lugar, rechaçamos a posição preguiçosa e omissa da grande imprensa, que trata a cultura de arquibancada como caso de polícia e a morte de um torcedor dentro do estádio como nota de rodapé. Exigimos apuração imediata do caso e acompanhamento dos relatórios da causa da morte, a fim de que justiça seja feita a Eros e seus familiares!

Também avaliamos que o caso da morte de um torcedor em Minas não está, de jeito nenhum, desconectado de episódios recentes como o fechamento higienista das ruas do entorno do estádio do Palmeiras, tradicional ponto de festa popular por parte dos torcedores, ou do bizarro espetáculo teatral e midiático que foi a detenção arbitrária e humilhante de cerca de 3 mil corintianos no Maracanã, em jogo contra o Flamengo.

Em nossa visão, os episódios vão muito além da cor da camisa que cada um veste. O alvo, em todos esses casos, somos nós, torcedores. Se não entendermos isso com urgência e defendermos nossos direitos de forma unitária e contundente, estamos fadados à derrota definitiva. Não aceitaremos o silêncio da mídia, a sonolência da Justiça e a criminalização dos torcedores. Nenhum direito a menos!

Levaram um de nós, mas jamais nos matarão. Todos à luta, por Eros, por nossa sociedade, pelo nosso futebol!