Sindicato denuncia ação truculenta de Richa para acabar com ocupações

Professores e estudantes secundaristas do Paraná denunciam a conduta violenta do governador Beto Richa (PSDB), que estaria estimulando organizações contrárias às ocupações que, por várias vezes, foram às dependências do Colégio Estadual do Paraná para agredir verbalmente e fisicamente os alunos que ocupam o prédio.

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A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública no Paraná (APP), nesta segunda-feira (24). No último dia 19, membros do Movimento Brasil Livre (MBL) foram às escolas e agrediram alguns estudantes.

Há relatos que um dos membros do MBL abusou sexualmente de uma menina, passando a mão em seu corpo. O Boletim de Ocorrência (B.O) foi registrado na delegacia de mulher.

“É muito grave o que está acontecendo aqui no Paraná. O governo Richa abriu o Palácio Iguaçu para receber a linha fascista que está posta aqui. Recebem somente grupos que são contrários às manifestações estudantis”, denuncia o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva Leão.

Ele afirma, ainda, que a atitude do governo não ajuda a mediar conflitos no estado, pelo contrário, apenas acirra e “joga gasolina no fogo”. “A agência de notícia do governo divulga a agenda das manifestações para incentivar uma reação dos que são contrários às ocupações”, realça.

De acordo com o Leão, essa prática antissindical do governador Beto Richa, contraria a sua função, que deveria ser de apaziguar a situação. “Denunciaremos isso através das entidades sindicais nacionais e internacionais e estudaremos ações jurídicas”.

O movimento dos secundaristas na região metropolitana de Curitiba começou no último dia 3 de outubro, tendo como pauta principal a Medida Provisória (MP) 746 que propõe uma reforma no Ensino Médio. Segundo a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), até o momento já são 1072 escolas públicas ocupadas.

Para Hermes, a reforma é uma “mudança autoritária dos tempos da ditadura”. “A maioria do conteúdo da MP prejudica a educação de conjunto, os estudantes e a educação brasileira”, reafirma o dirigente.

A proposta do governo de Michel Temer prevê mudança da jornada diária de quatro horas para sete horas no ensino médio, além da flexibilização do currículo por meio da escolha das disciplinas dentro de cinco diferentes ênfases – linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas, formação técnica e cursos profissionais.

Os estudantes também protestam contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241 que congela por vinte anos os gastos do governo federal em educação, saúde, moradia e assistência social.