Defesa de Lula rebate "acusações frívolas" e "sem provas"

Em resposta à acusação do delegado Filipe Hille Pace, da Polícia Federal, de que o codinome "amigo", indicado em uma planilha de pagamentos da Odebrecht, seria, na verdade referente ao ex-presidente Lula, a defesa do petista afirma, em nota, que "a Lava Jato não apresentou qualquer prova que possa dar sustentação às acusações".

Ministro do STF volta atrás e retira crítica à defesa de Lula - Foto: Agência Brasil

Para os advogados de Lula, Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira, "uma autoridade que não é a responsável pelas investigações em relação a Lula emitiu sua 'convicção', sem lastro, para atacar a honra e a reputação do ex-presidente".

"Tal posicionamento não pode, assim, ser tratado como oficial, mas tão somente como a indevida e inconsequente opinião de um membro da Polícia Federal", afirmam.

A defesa lembra ainda que "todas as contas de Lula já foram analisadas pela Polícia Federal e nenhum valor ilegal foi identificado".

No despacho que indiciou o ex-ministro Antonio Palocci Filho, divulgado nesta segunda-feira (24) pelos investigadores da Operação Lava Jato, o delegado Filipe Hille Pace escreveu que "há respaldo probatório e coerência investigativa em se considerar que o 'amigo' das planilhas faça referência a Luiz Inácio Lula da Silva". As planilhas indicam um saldo de R$ 23 milhões em favor do "amigo".

Leia abaixo a íntegra da nota da defesa:

Nota

A Lava Jato não apresentou qualquer prova que possa dar sustentação às acusações formuladas contra Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo após ter promovido devassa em relação ao ex-Presidente, seus familiares, colaboradores, ao Instituto Lula e à empresa de palestras LILS. São, por isso, sem exceção, acusações frívolas, típicas do lawfare, ou seja, da manipulação das leis e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política.

Neste caso, uma autoridade que não é a responsável pelas investigações em relação a Lula, emitiu sua "convicção", sem lastro, para atacar a honra e a reputação do ex-Presidente, repetindo o abuso praticado na coletiva realizada pelos Procuradores da Operação Lava Jato (14/9/2016), quando nosso cliente foi alvo de comentários sobre questões estranhas ao processo ali tratado. Tal posicionamento não pode, assim, ser tratado como oficial, mas tão somente como a indevida e inconsequente opinião de um membro da Polícia Federal, sem elemento algum para autorizar a conclusão de que Lula recebeu qualquer vantagem indevida. Todas as contas de Lula já foram analisadas pela Polícia Federal e nenhum valor ilegal foi identificado.

Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira