Estudantes ocupam escolas catarinenses em defesa do ensino

Cinco câmpus de escolas técnicas e pelo menos uma escola estadual foram ocupados até esta sexta, 21 de outubro, em Santa Catarina. Depois do Instituto Federal Catarinense (IFC) de Rio do Sul, onde os/as estudantes estão mobilizados desde o dia 17, alunos/as dos câmpus de Abelardo Luz e Araquari aderiram ao movimento. Os câmpus do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) de Araranguá e Chapecó também foram ocupados após assembleias.

Estudantes ocupam ifsc chapecó

A primeira ocupação de escola pública estadual em Santa Catarina aconteceu em São Lourenço do Oeste, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte-SC). A gestão compartilhada, que reúne a Escola de Educação Básica Soror Angélica, a Escola Básica Municipal Irmã Cecília e o CEJA, foi ocupada pelos estudantes na quarta-feira. O sindicato afirma que cerca de 450 alunos participam das atividades com autorização das mães e pais e contam também com o apoio da direção e professoras/es.

Na trilha de outros Estados, como São Paulo e Paraná, que juntos já somam em torno de 800 escolas técnicas e secundaristas ocupadas, Santa Catarina também resiste às medidas apresentadas pelo governo federal que afetam a educação, como a PEC 241, a MP do Ensino Médio e o projeto “Escola Sem Partido”.

“O movimento estudantil brasileiro entende que a PEC 241, que trata do congelamento dos investimentos em setores públicos por 20 anos, a MP 746 que reformula o Ensino Médio de forma arbitrária e o projeto “Escola Sem Partido”, que nada mais é do que o exercício da censura nas salas de aulas e nas escolas, juntamente a outras propostas impostas à sociedade brasileira sem nenhuma consulta ao meio acadêmico, efetivam o sucateamento da educação brasileira e abre pretexto para futuras privatizações. Acreditamos que a educação não é mercadoria e não deve visar o lucro. Educação emancipadora é um direito de todos e todas”, escreveu, em nota, o Grêmio Estudantil do câmpus de Chapecó. Segundo a representante dos/as estudantes, Êmily Bruski, há bom diálogo com a direção do campus. Dentro das dependências escolares, os/as jovens promovem atividades coletivas e debates em defesa da educação.

Em nota, o IFSC classificou as ocupações como sendo “de livre iniciativa dos estudantes, assim como já vem acontecendo em outros institutos federais por todo o País” e afirmou que “entende o movimento como legítimo, pacífico e uma demonstração de cidadania por parte dos alunos.”

Ainda nesta sexta, assembleia dos/as alunos/as do Colégio de Aplicação da UFSC, em Florianópolis, também aprovaram a ocupação da escola a partir da próxima semana, segundo noticiou o Coletivo Maruim, e estudantes de Joinville e São Francisco do Sul mobilizaram-se contra o fechamento de turmas do Ensino Médio anunciada pelo Governo Estadual. Nesta segunda-feira, está prevista ainda uma nova ocupação no câmpus do IFSC em Xanxerê.