Fernanda Takai: "Não dá pra confiar no Temer"

Dona de uma das vozes mais cristalinas e afinadas da música popular brasileira, Fernanda Takai revela, nessa entrevista exclusiva ao 247, alguns dias depois de sua temporada no Japão, onde esteve antes de Michel Temer, que suas opiniões políticas são mais contundentes.

Por Alex Solnik, do Brasil 247

Dilma e Fernanda Takai - Divulgação / Presidência da República

Sobre Temer, não se omite: "Eu não sei, acho que o tempo todo ele era meio que um agente duplo". "A impressão que a gente tem às vezes é que ele está ali, mas tem outras pessoas puxando as cordinhas das mãos dele". "Pra mim, ele sempre foi espião. Double face". "Seu nome é Fora Temer". "É direita total". "Não dá pra confiar nele".

Nem sobre Sérgio Moro: "Eu acho que a Lava Jato acabou virando um símbolo de perseguição a algumas figuras o tempo todo, a Lava Jato deveria agir de forma menos política".

Nem sobre Gilmar Mendes, a quem critica por ter processado a atriz Mônica Iozzi por citações em redes sociais: "o Gilmar é muito vaidoso, ele quer mostrar com quem ela se meteu. Mas não é papel do magistrado fazer esse tipo de coisa".

Muito menos sobre Eduardo Cunha, cuja prisão iminente previu um dia antes dos fatos: "se o Moro quiser mostrar que não está atuando só para um lado ou outro, no mínimo o Cunha tem que ser o primeirão da lista dele".

Ela também entende que o Fora Temer vai continuar: "o Fora Temer não vai sair da gente enquanto ele estiver aí. Ele tem que saber que não é uma figura que foi eleita por nós, tem que saber que fez um papelão, foi indigno, traidor, traidor a olhos vistos"…

Alex Solnik/Brasil247 – Você teve um dos gestos mais carinhosos com a presidente Dilma, o vídeo que você gravou com ela dizendo que gostaria que ela fosse a sua segunda mãe….

Fernanda Takai – Há muito tempo eu estava tentando me encontrar com ela. E, por agenda dela ou minha, mesmo que a gente estivesse na mesma cidade não conseguia se encontrar. E aí eu tive um dia, em meio a vários espetáculos diferentes que eu estava fazendo, tanto de música quanto de teatro de bonecos, lançamento de livro… eu tinha um único dia, que era o dia pós defesa dela. E falei: vou pegar o avião eu mesma, não avisei nem pra minha mãe aqui, nem pra ninguém, só pro John e a Nina, que é a minha filha e John meu marido. “Estou indo para Brasília e vou dar um jeito de me encontrar com a presidenta”. E eu fui, me hospedei no Brasília Palace, ali pertinho do Palácio da Alvorada, entrei em contato com alguns amigos meus que eu sabia que estavam fazendo documentário sobre aquele momento e eu falei “se você conseguir falar que eu estou aqui, se ela tiver uma brecha na agenda, eu queria só abraçá-la, dizer que continuo com ela sempre”, assim, não tinha presente, nem nada, era só uma visita. E consegui, no dia seguinte, me encontrar com ela, eram mais ou menos três da tarde e fiquei com ela até umas cinco.

Vocês tricotaram bastante?

A gente conversou bastante, ela me levou para andar pelo jardim, deu comida para os peixes, me mostrou toda a fauna que tem no Alvorada, contou um pouquinho de cada planta que tinha ali, porque é que estava ali, tomamos café, água de côco, bacana. Ela naquele momento me pareceu bem tranquila e muito segura do que ela tinha feito no dia anterior…

Ela falou, falou e os senadores insistiam em dizer o contrário…

Ela estava muito sorridente, simpática, falou que me ouvia bastante… gostei, foi um super presente. Eu achei que ia chegar lá e só dizer presidenta oi, tudo bem, então tá bom, tchau… que ela não ia ter tempo pra nada. E ela disse fica aqui comigo, senta aqui, vamos tomar um café, conta aí, perguntou o que eu estava fazendo…

Mas vocês não se conheciam?

Pessoalmente não, embora a gente fosse muito próxima…ela pela minha arte e eu pela figura dela…a gente tinha trocado bilhetes via assessorias, mas pessoalmente… embora eu tivesse cantado na primeira posse dela, todo o protocolo de cumprimentos e tudo o mais, eu não consegui cumprir porque eu estava no palco me apresentando junto com a Zélia Duncan, com a Mart’nália, muita gente cantando também. Quando ela foi pro Itamaraty era justamente o finalzinho do show e quando a gente conseguiu chegar ao Itamaraty ela já tinha ido já.

O que aconteceu com ela, na tua opinião? O que foi aquilo? Foi por ela ser mulher? Por ser de esquerda?

Eu faço uma avaliação muito minha porque eu nem teria tantos dados para falar. O que eu sinto, assim, em torno da figura dela é que ela, por ser muito… uma pessoa muito correta, muito justa se viu meio que colocada no canto, separada de todo mundo que fazia um jogo político muito forte… e as próprias convicções dela acabaram deixando ela muito sozinha. Eu acho que ela teve muitas decepções com muita gente… a princípio ela pensava que eles podiam ter os mesmos filtros de ética e de comprometimento que ela mesma tem, acho que ela viu isso cair e no nosso sistema político de hoje ela não teria como agir, acabou que ficou sozinha, com muitos poucos que poderiam dar suporte contra a grande maioria que queria ejetá-la do poder.

Eu fico me perguntando como se formou essa maioria…

Olha, acho que a maioria por ocasião sempre existe. Porque na política em geral, aliás, em todos os lugares você acaba sendo cooptado ou fazendo parcerias para certos eventos, eleições, projetos e essas pessoas que não te apoiavam passam a te apoiar e podem retirar esse apoio no momento que for mais conveniente. Fazer política é uma coisa muito difícil, é complicado, tem que lidar com falta de ética e falta de caráter o tempo todo e tem que saber ler isso nas pessoas e às vezes você não consegue ou mesmo seus próprios aliados indicam um movimento e você não pode resolver tudo a respeito de um país, acaba tendo que passar pela opinião de outras pessoas que estão ali com você. Só que esses passos de repente têm esse preço da estabilidade, das pessoas realmente se tornarem, de uma hora para outra, agentes de uma outra força.

O personagem central disso tudo é o Temer. Porque ele, como vice da Dilma e presidente do PMDB poderia ter barrado o processo de impeachment, você não acha?

Eu não sei, acho que o tempo todo ele era meio que um agente duplo. Acho que muita gente achava estranho o Temer ser vice, embora tentássemos entender que era importante ter o apoio de um partido grande como o PMDB, mas… ah, eu não sei, a gente nunca ia colocar a mão no fogo por ele, né, eu acho que ele é uma figura… é engraçado, porque muita gente – e a impressão que a gente tem às vezes é que ele está ali, mas tem outras pessoas puxando as cordinhas das mãos dele… o Cunha inclusive, né…outros políticos… então foi até uma surpresa uma figura como ele virar… estar hoje na presidência. Uma pessoa que a gente achava que não tinha tanta gana do poder, mas o poder realmente vai seduzindo, né. E aí ele não ia ajudar a Dilma nem toda a coalizão de esquerda, ele ia trabalhar com quem veio de onde ele veio, do berço político dele. Então, pra mim ele sempre foi espião. Double face.

Tem aquela denúncia do wikileaks de que ele foi espião americano…

Tem, né, o wikileaks vaza tanta coisa que não dá tempo de ver tudo…

Fazia relatórios para o Departamento de Estado sobre Lula, PMDB… eu li…

Se a gente juntar vários pontos, assim… o vazamento do áudio entre a Dilma e Lula em meio à investigação ainda… a espionagem dos Estados Unidos… os e-mails do governo brasileiro… isso tudo colabora para essa ideia mundial de que você está sendo monitorado o tempo todo… e durante essa monitoração os interesses importantes do país e a vida das pessoas são colocados num alvo. Então se de repente você faz um passo desgostoso para várias corporações, empresas, junto com estados eu acho que isso te coloca numa posição delicada mesmo. E aí, a presidente estava sozinha, sustentando uma posição muito dela, mas o resto todo do mercado joga outro jogo, você não consegue mesmo, você acaba perdendo o chão.

E qual foi o papel do Moro e da Lava Jato na queda da presidente?

Eu ainda não tenho muita certeza de que a Lava Jato é de todo ruim ou é de todo boa. A gente esperava durante muito tempo que algum órgão colocasse ordem ou apontasse os verdadeiros criminosos dessa corrupção histórica no Brasil. Então, no primeiro momento eu também achei que a Lava Jato ia pegar as pessoas, mas independente do viés político. Mas ao mesmo tempo algumas coisas se tornam muito emblemáticas e muito sincronizadas com o que acontece na política, pois ela só desfavoreceu a esquerda. Então, eu não vejo Sérgio Moro como um super-herói nem nada, ele é um juiz que pode ter algum tipo de intenção idônea, mas de forma alguma ele está…se ele quer ser isso, isso não virou na prática. Mas também não acuso, ainda estou avaliando. Mas eu acho que a Lava Jato acabou virando um símbolo de perseguição a algumas figuras o tempo todo, infelizmente, a gente vendo que as pessoas envolvidas ali…os procuradores, a Polícia Federal…você vê muita gente nova entrando e pensa “era isso que estava faltando, ter gente nova nessa história, gente que vá fazer alguma coisa para as coisas acontecerem”, mas tudo parece acontecer de forma muito tendenciosa e aí a gente pensa: será que isso aí também é só um movimento político? Acho que a Lava Jato deveria agir de forma menos política.

Prender para depois esperar a delação ou julgar é mais ou menos como aconteceu na ditadura; a primeira coisa que os torturadores exigiam era que você entregasse alguém. Esse lado “caça às bruxas” me incomoda.

Também me incomoda, acho que para colocar para um núcleo menor, a família, né… aconteceu alguma coisa de errado na casa, assim, ficam os dois de castigo… aqui, não: vai o mais velho de castigo e depois a gente vai descobrir o que é que foi. Realmente não faz o menor sentido. E eu acho que a figura da delação premiada virou uma carta muito fácil de ser jogada…

Você nunca sabe se é verdade ou não é…

Exatamente. Mas tudo que vai para a grande mídia vira verdade. Instantaneamente, igual a notícia ruim. É muito difícil reconstruir a sua dignidade depois que você foi colocado como ladrão, bandido ou mesmo molestador de crianças, como já aconteceu no Brasil, no caso da Escola Base…isso realmente incomoda… engraçado, o que incomoda muita gente, mas satisfaz uma grande maioria que quer que alguma coisa seja feita… então isso aí já serve, beleza. Sem saber quem é. Mas não. Eu me incomodo, acho estranho colocar figuras que têm uma história de vida toda de repente resumida numa manchete de jornal pra muita gente que sequer tinha ouvido falar dessa pessoa e isso aí cola na sociedade… os filhos dessas pessoas, família, sobrenome, tudo…e de repente vão falar ah, não, desculpe, pode ir… mas até chegar a essa notícia já foi feito muito estrago, né…

Parece que prender alguém, para muita gente, vai resolver os problemas do país. “Ah, vamos prender o Lula que daí fica tudo bem”. O que está acontecendo com os brasileiros?

Eu tenho sentido isso. Há muito tempo – e as pessoas me conhecem – eu sou pró Dilma, mas recentemente eu estive num programa de TV, da Mariana Godoy, falando sobre música, e num momento me foi perguntado sobre política. Quando eu dou entrevista eu não faço restrição sobre nenhum tema, sabe? Eu tenho direito e posso falar sobre as coisas que eu penso, posso estar errada, posso estar certa, as pessoas podem não concordar, mas desde então eu já tinha cantado na posse da Dilma, já tinha escrito texto sobre a Dilma, mas depois desse programa o nível de ódio das pessoas que são contra a Dilma vem me atacando como se… “meu filho não vai mais ouvir sua música, nem eu vou mais no seu show”… gente, que confusão! Quer dizer que, se eu juntar agora que você sabe que eu gosto da Dilma então… então, se eu falar que agora sou gay; não sou vegetariana, mas carnívora; torço pro Corinthians… você vai eliminar todas as minhas outras aptidões humanas baseadas nas coisas que eu escolho ser ou fazer e não na minha verdadeira aptidão? Então, eu acho uma coisa muito baixa por parte das pessoas que têm esse discurso… “agora que eu sei que você torce pro Corinthians acabou nossa amizade”.

Eu acho que para ser uma investigação séria e não política ela não sai nos jornais, é secreta, a não ser no final, quando o julgamento conclui se a pessoa é culpada ou inocente.

É assim que funcionaria.

O jeito que a Lava Jato age é característico de um estado autoritário. De um lado satisfaz o apetite do público prendendo figurões como Marcelo Odebrecht, mas de outro lado exibe marcas de um estado de exceção. Como a carta de Moro à Folha, em que pede a cabeça de um membro do conselho editorial do jornal…

E nem respondeu a ele mesmo, né, e sim à Folha. É um diálogo transversal.

Pediu a cabeça, como no tempo da ditadura.

É muito ruim, porque era quem deveria estar com a justiça ponderada, se basear em provas e tudo… imagina o que os outros julgamentos não são se no que está sob o foco de todo mundo está acontecendo isso, imagino o que não acontece em outras esferas.

O Poder Judiciário manda no país. A palavra final ou é do Sérgio Moro ou do STF.

O que mais espanta é a população conhecer os juízes. Mais do que outras figuras, como o vereador. Porque tá tudo indo parar nessa esfera maior, do Judiciário e eles é que viram notícia, suas caras aparecem o tempo todo. Mas não era assim. Isso é até um trabalho que, até para garantir a integridade física dos juízes, é um trabalho que precisa ser de perfil baixo, né. Perfil mais retraído e tudo e as pessoas trabalhando. Cada poder na sua alçada. Mas acaba que eles viram realmente figuras pop até.

O governo Temer é de centro-direita, de direita?

Por tudo que aconteceu até agora, direita total, né. É um governo derrubando tanta coisa. Para mim, todo governo que entra, seja de prefeitura ou de governo estadual que entre desfazendo as coisas que foram feitas sem uma avaliação concreta, do nada, simplesmente porque entrou “ah, agora tira tudo”, “tira fulano”, “não tem mais verba”, “quem estudar fora não vai mais”… é meio que estúpido, né. Bem, você destruiu uma coisa que está em processo. Acho que você tem que implementar, se fosse um governo sério, teria que cuidar não de interromper, mas construir, constrói e discute um novo modelo. O que está acontecendo… vai vender isso… não sei o que…vai liberar, sei lá… dá medo de o Temer voltar lá do Japão, India, já com tudo loteado…

E o pior é que não dá pra confiar no Temer, dá?

Não, de jeito nenhum. É isso que é o mais incrível. É até difícil de explicar para um estrangeiro quando você fala assim que quem articulou tudo foi o vice-presidente, que estava na chapa da presidente pela segunda vez… parece um “plot” de um filme que teoricamente os roteiristas descartariam “ah, ninguém vai acreditar nisso”…não é possível que isso possa acontecer… é, mas aqui acontece. Assim como nos Estados Unidos todo mundo está morrendo de medo do Trump ganhar. A gente está politicamente numa situação muito ruim, mas os Estados Unidos vislumbrando um Donald Trump na presidência é uma coisa medonha pro mundo inteiro.

O que você achou da PEC 241?

É um belo exemplo do que eu estava falando sobre tentar apagar os rastros do que foi construído até aqui. Apesar de todos os quadros difíceis hoje, desemprego, arrecadação e tudo o mais o Brasil andou tanto pra frente nos últimos anos e vem uma PEC dessa, a PEC do fim do mundo, né, deixando a educação amarrada, fazendo essa reforma do ensino médio totalmente às pressas… às vezes eu não gosto nem de falar, mas acabo falando de disciplinas… há pouco tempo a gente comemorou a volta da música no currículo escolar e agora vem essa PEC tirando coisas tipo… tira tudo, tira artes, tira esporte, tira cadeira de pensamento mesmo, não deixa as pessoas pensarem…eu acho tão grave porque parece que é assim: pra pessoa que está de longe… “ah, faz sentido, cortar aqui, cortar ali”…mas tem que investir justamente nessas coisas que estão sendo cortadas.

Congelar orçamento por vinte anos me parece uma insanidade…nem na ditadura fizeram isso.

Eu nasci em 1971, eu vivi sob a ditadura que eu nem enxergava, a gente ia para a escola cantar o hino nacional, tinha que desfilar obrigatoriamente, mas a gente não tinha a menor noção do que tinha sido. Mas o que acontece hoje é uma caça às bruxas mesmo… “ah, vamos eliminar quem estava aqui, deixar todo mundo sem meios e nosso povo, que não é verdade não é povo, é um grupo, é que vai surfar agora”. Essa é a sensação que dá. E essa parceria com grupos estrangeiros para explorar o nosso petróleo…o Eike mesmo falou que o barril de petróleo do pré-sal é super-barato…”é sete dólares… isso aí não custa nada”…”mesmo que baixe muito o preço do petróleo o pré-sal vai dar lucro ainda”…imagina, o Eike Batista falando isso. Então, a gente entregar isso pra Exxon ou sei lá, Shell, não pode…mas vai abrir precedente pra isso também.

Eles têm 2/3 e com isso podem mudar a constituição…e o plano deles, do PMDB e do PSDB é se revezar no poder, não acha? Sabe-se lá o que vai acontecer com o Lula…parece que teremos 20 anos de PMDB e PSDB e os partidos satélites…

Partidos de aluguel…

Partidos de políticos como Roberto Freire, que dá vergonha. Me lembro dele nas Diretas e o vejo hoje.

Ele e o Cristovam, né.

Eles não percebem que estão ao lado da direita mais escrota?! A direita mais nociva…isso vai dar um retrocesso de uns trinta anos…

A política do medo está instalada.

Monica Iozzi foi multada em 30 mil reais por fazer um comentário sobre Gilmar Mendes nem um pouco ofensivo…

Eu vi, eu vi…

Teve alguma ofensa naquilo?

Acho que o Gilmar é muito vaidoso, ele quer mostrar com quem ela se meteu. Mas não é papel do magistrado esse tipo de coisa. Ele não pode sujeitar o psicológico dele às coisas que saem na internet. Ele tem que ser um juiz com os valores dele, se ele começa a se tocar por opinião pública ou de uma personalidade, nossa… ele está completamente destemperado, que é uma qualidade que não cabe a um juiz.

Nunca. Juiz fala nos autos não em entrevistas. Deveriam ficar apenas nos bastidores.

Eu concordo.

Você concorda com a campanha “Fora Temer”? Ele tem que continuar sendo acuado?

Ah, o Fora Temer não vai sair da gente enquanto ele estiver aí. Ele tem que saber que não é uma figura que foi eleita por nós, tem que saber que fez um papelão, indigno, ele foi traidor, traidor a olhos vistos… é fora, Temer! Enquanto a gente puder, enquanto não for proibido, enquanto não formos presos por isso… parece que em algumas escolas já não pode falar isso senão você não entra mais.

Tá brincando!

Já ouvi falar isso… “não, não pode, o que é isso”?, “não pode mais, não”. E aí você não entra, não. A sensação do Fora Temer para todos nós que não votamos no Temer vai ficar até o fim. E se ele continuar depois desse período aí, claro, fazendo nos bastidores o que ele sempre fez, as articulações… para muita gente o nome dele é Fora Temer. Ficou isso.

É, ficou. Mas eu acho que faltou um sobrenome. O nome dele é Fora Temer Golpista.

É o nome completo.

E o Cunha, vai ficar na sombra e água fresca?

Sei lá, se o Moro quiser mostrar que não está atuando só para um lado ou outro, no mínimo o Cunha tem que ser o primeirão da lista dele. É o que mais tem coisa já comprovada. Ele é um que tinha que estar preso. O dinheiro já ter retornado para o Brasil. Eu acho até perigoso para o Cunha ficar solto, outro dia uma senhora o estapeou no aeroporto e é ruim pra ele e para todos nós. O Cunha tá na mente de todo mundo, é certeza que ele vai preso. Se ele não for preso vai ficar escarrado na cara da opinião pública, de todo mundo, dos políticos, dos não políticos que a Lava Jato não está agindo com justiça.

Na verdade, é uma Operação Lava Lula.

Tá parecendo.

Todo dia o Lula é réu em algum processo. E as acusações são as mais frágeis possíveis.

Quando se juntam os investigadores da Lava Jato e falam sobre isso até isso vira verdade. Para as pessoas que estão vendo a notícia. Infelizmente, é esse tempo que a gente está vivendo, de ser policiado e de só ter voz quem está no poder.