Nicolás Maduro pede paz e diálogo na Venezuela

"Eu quero fazer um apelo à calma, diálogo, paz, justiça e respeito pelas leis", afirmou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, após a decisão do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) de suspender o processo de ativação do referendo revogatório, levado a cabo pela oposição do país.

Nicolás Maduro - Divulgação

Maduro deu a declaração durante a visita oficial que faz ao Azerbaijão, na noite desta sexta-feira (21). Ele também fez um apelo à oposição: “não deixe que voltem ao tempo da loucura (…). Apelo à sanidade, equilíbrio e diálogo no país”, disse.

A oposição, por sua vez, convocou mobilizações para a próxima quarta-feira (26/10). Chamada “a tomada da Venezuela”, a convocatória busca exigir a continuidade do processo.

O governo teme que tais protestos possam desencadear violências pelo país, tal como ocorreu em 2014 com o processo chamado de “A Saída” em que 43 pessoas morreram e mais de 800 ficaram feridas em manifestações violentas que resultaram na detenção de Leopoldo López e outras 3.351 pessoas.

Para tentar mediar a crise política provocada pela oposição desde que Maduro chegou à presidência em 2013, o antigo primeiro-ministro espanhol José Luis Rodriguez Zapatero vai se reunir com o governo e a oposição separadamente, em um esforço de mediação.

Nesta sexta, o CNE adiou “até nova ordem judicial” a coleta de assinaturas para a convocação do referendo, após “graves” denúncias de fraude na coleta de 1% do padrão eleitoral do país, processo que permite a ativação do referendo – primeira etapa de coleta de assinaturas – o procedimento é seguido pela coleta de 20% do padrão, o que permitiria a convocação efetiva da consulta popular.

De acordo com a Constituição do país, se o referendo for realizado até 10 de janeiro de 2017 e a maior parte dos consultados decidir pela revogação do mandato presidencial, deverão ser convocadas novas eleições. Mas, em 28 de setembro, o CNE afastou a possibilidade disso ocorrer.

Assim, após tal data, seria o vice-presidente em funções que substituiria Maduro até ao final da legislatura e novas eleições seriam realizadas em dezembro de 2018, como o esperado.