Centrais intensificam em novembro jornada de lutas pelos direitos

As reformas trabalhista e previdenciária do governo de Michel Temer assim como a proposta de Emenda Constitucional 241 estão na mira dos protestos dos trabalhadores brasileiros. Nesta quarta-feira (19), em São Paulo, as centrais aprovaram uma jornada nacional de luta da classe trabalhadora, que prossegue nos dias 11 e 25 de novembro. Também ficou definida a participação dos trabalhadores na vigília dos movimentos contra a aprovação da PEC 241 na próxima segunda-feira (24).

Por Railídia Carvalho

balões centrais - portal CTB

“Foi um grande passo marcar essa jornada que fortalece a unidade dos trabalhadores. É um avanço que respeita a forma de construção dos protestos em cada uma das categorias. Não se decreta greve geral de uma semana para a outra. Decidimos marcar essa jornada com dois dias de lutas e mobilizações no sentido de acumular forças para mais ações”, avaliou o secretário de políticas sociais da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Rogério Nunes.

O calendário das centrais prevê para o início de 2017 a realização da marcha dos trabalhadores e do Encontro Nacional da Classe Trabalhadora (Enclat).
O secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, declarou que o calendário definido é um passo “extraordinário” na luta contra o retrocesso nos direitos sociais, trabalhistas e em defesa da democracia.
“As centrais consolidaram a sua unidade em torno de uma pauta única contra as reformas e em defesa das políticas sociais. Saímos com um calendário de lutas, que terá continuidade nos dias 11 e 25 e já apontando uma agenda importante para 2017. É um processo de luta cumulativa contínua até que tenhamos assegurados os direitos dos trabalhadores”, ressaltou. 
PEC 241
A vigília em Brasília tem como objetivo pressionar os parlamentares pela rejeição da PEC 241, que congela por 20 anos investimentos em saúde e educação. A proposta foi aprovada em primeiro turno e caso seja aprovada na Câmara é enviada para o debate no Senado. Entre os dirigentes, a percepção é que a proposta também retira direitos.
 
Segundo Rogério, a PEC significa menos recursos para as políticas sociais. “O argumento do patronato é que teve gastança mas o que tivemos foi investimento em política social. Se a população crescer, o que vai acontecer, a demanda não vai crescer porque a PEC impõe um teto. Ataca os direitos da população à saúde e educação”, explicou o dirigente.
Sérgio Nobre lembrou da importância de um calendário de lutas neste processo de combate à retirada de direitos. De acordo com ele, nenhum governo consegue manter uma decisão quando há uma forte oposição da população.
“O calendário coloca o trabalhador em movimento, ele toma pé da realidade, ganha consciência política. O que vai tirar o país da situação que ameaça os direitos dos trabalhadores e da população é a consciência da classe trabalhadora e a sua capacidade de mobilização”, argumentou.
Além da CTB e CUT, participaram da reunião Força Sindical, Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Intersindical e CSP Conlutas.