Manifesto de apoio a Inácio Arruda e família reúne assinaturas

Por iniciativa dos cineastas cearenses Rosemberg Cariri e Wolney Oliveira, que organizaram um manifesto de desagravo e de solidariedade a Inácio Arruda, sua família e militantes do PCdoB, agredidos no domingo (02), dia das eleições municipais, o documento já reúne centenas de assinaturas. São profissonais liberaris, professores, servidores públicos, médicos, representantes das mais diversas categorias, indignados com a arbitrariedade cometida pelas forças policiais do Estado. 

Agressão policial Inacio Arruda

“Várias instituições políticas estão sendo violadas, como se lhes faltasse consistência, sentido e respeitabilidade, como se já não bastasse o inegável retrocesso no âmbito das conquistas sociais”, ratifica o documento. Quem quiser assinar e puder ajudar no recolhimento de assinaturas, favor enviar nome e profissão para o e-mail [email protected]

Leia a íntegra do manifesto:

DESAGRAVO E SOLIDARIEDADE A INÁCIO ARRUDA E FAMÍLIA

Nesses tempos obscuros, quando os valores mais profundos dos direitos humanos e constitucionais são amplamente violados, um fato arbitrário vem somar-se a muitos outros acontecimentos que violam as liberdades individuais e o Estado de Direito no Brasil.

No último dia de 2 outubro, dia de eleições municipais (portanto, de comemoração da Democracia), o ex-senador e secretário do Estado do Ceará, Inácio Arruda foi agredido, junto com a sua família e mais duas companheiras de partido, sem nenhuma justificativa a não ser o “arrasta, leva” vociferado por um dos policiais que cometeu o ato, em um desmedido abuso de poder e de truculência, em face do uso de violência física e de assédio moral.

O fato é muito grave, não apenas pela violência cometida, mas pelo que revela de mais ameaçador: “Se uma arbitrariedade dessas ocorre com um Secretário de Estado – um conhecido militante da esquerda cearense, ex-senador da República, que acumula quase três décadas de atividade parlamentar e inúmeros serviços prestados à cidade, ao Estado e ao País – o que poderá acontecer com o povo trabalhador, com o cidadão de vida simples e milhões de outros brasileiros que compõem a maioria pacífica da nossa gente? A resposta expressa à nossa indagação envolve a certeza de que estamos diante de algo grave, muito grave. Várias instituições políticas estão sendo violadas, como se lhes faltasse consistência, sentido e respeitabilidade, como se já não bastasse o inegável retrocesso no âmbito das conquistas sociais.

Em todo o País, a violência cresce de forma assustadora e incontrolada, com organizações criminosas, milícias e setores da polícia ocupando o espaço do Estado e violando os direitos do cidadão. Mulheres, negros, índios, pobres da periferia, políticos, intelectuais e artistas progressistas são as vítimas dessa nova onda de violência que se aproxima do fascismo.

Aqui lembramos o poema “No Caminho com Maiakovsky”, escrito por Eduardo Alves da Costa:

Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

O preocupante e lamentável é que o episódio ocorrido com Inácio Arruda, sua família e militantes de esquerda, é parte de um cenário mais amplo e estarrecedor que já produziu outras tantas vítimas, sobretudo na periferia, entre os pobres, notadamente com alto índice de morticínios entre os afro-brasileiros. A serpente do fascismo já não dorme em seu ovo, mas espalha a sua peçonha e cobre a nação com o manto da necrofilia. É contra esse cenário que levantamos nossas vozes. É contra os representantes do autoritarismo e do uso arbitrário da força que nos opusemos no passado e nos opomos fortemente agora. Esse é o tempo de protestar e de falar contra o obscurantismo, enquanto algumas luzes ainda estão acesas e algumas consciências estão despertas.

Por essa razão, não podemos calar e tomamos uma posição clara e um lado seguro a ocupar: aquele que nos acena com a liberdade e a democracia. Toda solidariedade a Inácio Arruda, à sua família, e aos demais companheiros que também foram vitimas da violência policial. Contra a violência, a brutalidade e o arbítrio desse tempo obscuro que vivemos! A favor da vida e da liberdade. Pelo Estado de Direito no Ceará e no Brasil.

Adamir Coelho Rocha – funcionária pública
Adeline Lobão – administradora pblica
Adriana Lima – gestora de projetos
Alder Grêgo – advogado
Aleksander Farias Cavalcante – administrador
Alexandrina Mota – fisioterapeuta e auditora em saúde
Aloísio Arruda – advogado
Ana Cristina Souza – Fórum Cearense de Hip Hop
Ana Ivina de Souza Alves – Professora
Ana Paula Carvalho Arruda Cela – serventuária da justiça
Ana Paula Santos Campelo – 
André Gouveia Santos – rapper
Andrea Paula Rodrigues Barbosa – pedagoga
Ângela Guimarães – presidenta Nacional da UNEGRO
Ângela Julita Leitão – professora
Angélica Monteiro  – pedagoga
Antônio Guilherme Rodrigues Oliveira – procurador do Município de Fortaleza
Antonio Karlos de Albuquerque – advogado
Araci Lopes de Oliveira – advogada
Armando Costa Junior – advogado
Augusta Eulália Ferreira – pedagoga e indigenista
Áurea Zavam – professora
Auxiliadora Vasconcelos – socióloga e professora
Bárbara Cariry – cineasta e curadora de artes
Benedito Bizerril – advogado
Benvindo Siqueira – ator
Bete Jaguaribe – produtora cultural e professora universitária
Camila Silveira – coordenadora estadual de Políticas para as Mulheres
Cândido BC Neto – professor da UECE
Carla da Escóssia – socióloga
Carlo Ferrentini Sampaio – 
Carlos Adalberto Celedônio – Agrônomo/Professor UFC
Carlos Augusto Diógenes Patinhas – engenheiro civil
Carlos César de Moura Barreto – advogado
Carlos Eduardo Romanholi Brasil – advogado
Carlos Marcos Augusto –  advogado
Carolina Campos de Oliveira – jornalista
Carolinne Vieira – professora, produtora cultural, realizadora e cineclubista
Célia Regina Vieira Bastos – professora da UFC
Celso Oliveira – fotógrafo e editor de imagem
Charles Nobre Peroba – advogado
Chico Célio – jornalista e produtor cultural
Christiane Coelho Siltton – arquiteta
Cristovão Jakson – designer gráfico
Daciane Barreto – feminista
Daniel de Paula – publicitário e produtor cultural
Daniele Costa da Silva – professora
Deodato José Ramahlo Júnior – advogado e vereador
Desirée Langel Therrien – cineasta
Diana Gomes – assistente social
Domingos Fernandes da Rocha Júnior – advogado
Draulio Costa da Silva – professor
Dulce Maria Marques Sales – assistente social
Eduardo José de Lima Barbosa – advogado e professor
Eliana Gomes – educadora social
Elisangela Landim – advogada
Elizeu de Souza – jornalista
Emília Augusta Bedê – jornalista
Eudoro Santana – engenheiro civil
Evilázio Bezerra – jornalista
Fabiano dos Santos Piúba – historiador, educador, gestor cultural e escritor
Fernanda Alencar Moreira Marques – professora do ICES
Fernanda do Val – designer gráfica
Fernanda Martins – designer de moda e enfermeira
Fidelarina Teixeira – enfermeira
Flávio Arruda – publicitário
Francilene Gomes de Brito – defensora pública
Francisca Jane Eire Calixto de Almeida Morais – advogada e conselheira da OAB/CE
Francisca Nunes de Arruda (Dona Dom) – mãe do Inácio Arruda
Francisca Silvia Helena Barbosa Duarte – assistente social e professora
Francisco Carvalho – engenheiro civil e Secretário Adjunto da Secitece
Francisco Daniel Alves Moreira – designer gráfico e diretor de Artes da Laquila Peças
Gerardo Clésio Maia Arruda – sociólogo e professor
Germana Vitoriano – historiadora e coordenadora de Ação Cultural da SecultFort
Gervásio Gurgel – eletrotécnico
Gilberto Vieira dos Santos – geógrafo e indigenista
Giselle de Oliveira Vieira – psicóloga
Glauber Filho – cineasta
Hamilton Bezerra – corretor de imóveis
Helder Mello – produtor cultural e coordenador do Engenho Coletivo
Helen Serpa – pedagoga
Helena Lutescia – ecritora e professora UFC
Heraldo Cavalcanti – cineasta
Hermano Penna – cineasta
Humberto Bayma Augusto – advogado
Inácio Carvalho – editor do Portal Vermelho
Inocêncio Uchoa – advogado
Ivina Carla – jornalista
Jamaci Oliveira – pedagoga
Jane Malaquias – cineasta
Janice Muniz de Melo – procuradora federal
João Ferreira de Antero Neto – engenheiro agrônomo
José Benedito A. Santos – advogado
José Marcelo Pinheiro Filho – advogado e conselheiro da OAB/CE
José Marcos Lima Araújo – presidente estadual CTB/Pará
José Orleans Aguiar Carneiro – eletrotécnico
José Patrício Pereira Melo – reitor URCA
Josélia Soares e Silva – bancária
Karlos Patrick – cientista social
Kelly Pessoa – advogada
Kléber Saraiva – professor/UFC
Lenildo Gomes – sociólogo e produtor cultural
Lídice Barreto – 
Liduína Farias – professora UECE e vice-diretora CESA/UECE
Lourdes Goes – enfermeira e professora URCA
Lúcia Arruda – enfermeira
Lucileila de Sousa Cardoso Almeida – assistente social e professora
Luísa Cela de Arruda Coêlho – psicóloga
Luiz Bizerril – cineasta
Magela Lima – jornalista
Magna Davila Costa da Silva – professora
Maherle Leite – designer gráfico
Marcelo Sodré – sociólogo
Márcia Lima – analista de projetos
Marcio Ramos – cineasta
Marco Schramm – farmacêutico
Margarita Hernandez – cineasta
Maria Aparecida Alves Sobreira Carvalho – professora
Maria Auxiliadora de Araujo – assistente social e professora
Maria da Conceição Pio – assistente social
Maria das Graças Almeida Martins – professora
Maria das Graças Rodrigues Mendes – assistente social e professora
Maria de Fátima Bandeira de Paula – jornalista
Maria de Fátima Martins – assistente social
Maria de Souza Pereira – socióloga
Maria Glauciria Mota Brasil – professora e coordenadora do Laboratório do Direitos Humanos da UECE
Maria Helena Silva – professora universitária
Maria Juraci Maia Cavalcante – socióloga
Maria Solange Arruda Guerreiro –
Mariano Freitas – médico
Mário Albuquerque de Miranda – advogado
Martha Leão – psicóloga
Micheline F. de Freitas – profissional liberal
Miguel Silva – professor UVA
Mileide Flores – livreira
Monica Barroso – advogada
Monica Sousa – advogada
Nágyla Drumond – socióloga e secretária executiva da Secitece
Nancy Remígio Coelho –
Natanael Alves Mota – presidente da Federação de Entidades de Bairros e Favelas de Fortaleza (FBFF)
Nathan Camelo – jornalista
Neyla Menezes – professora
João Neto – educador físico e secretário executivo Secel
Odicéia Arruda – servidora pública
Ofélia Brito de Castro Mendes – enfermeira
Ogan Arimatéia – membro da CERNEGRO/Acre
Oswald Barroso – poeta
Pauline Queiros Caula – advogada
Paulo Benevides – economista, consultor cultural, diretor do Festival NOIA
Paulo Henrique Oliveira Lima – professor/ militante Levante Popular da Juventude
Paulo Roberto Mariano Pires – advogado
Petrus Cariry – cineasta
Porcina Barreto – enfermeira
Rafael Mesquita – jornalista
Raimunda Maria do Socorro Sanches de Brito – professora
Raimundo Amaro Martins – advogado
Raimundo Sales Canuto – professor
Raquel Andrade dos Santos – advogada, servidora do IFCE
Ricardo da Costa e Silva – economista
Ricardo Pereira – administrador
Rômulo de Carvalho Rocha – servidor público
Rosemberg Cariri – cineasta
Sandra Monteiro – Nutricionista/ Pesquisadora
Sávio Ponte – coordenador e professor do curso técnico em Produção de Áudio e Vídeo EEEP Jaime Alencar de Oliveira – 
Sérgio Silviera – diretor de artes e artista plástico
Sheila Marques Ferreira – professora de Educação Especial.
Socorro Gomes – presidenta do CEBRAPAZ
Solnage Schramm – arquiteta
Tereza Cristina Albuquerque – socióloga
Thiago Therrien – cineasta
Tito Ameijeiras – cineasta
Virzãngela Paula Sandy Mendes – assistente social
Waldemar Menezes – jornalista
Wolney Oliveira – cineasta
Zilsa Maria Pinto Santiago –