Estudantes saem às ruas de SP protestando contra os cortes no Fies

Por Laís Gouveia 

A Declaração do ministro Mendonça Filho (DEM-PE) não condiz com a prática

A renovação dos contratos para o segundo semestre de 2006 ainda não foram liberadados. A razão para o não aditamento é por conta de uma divida de 700 milhões que o governo Temer possui com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.

Manifestação

No início da noite dessa segunda-feira (3), cerca de 300 estudantes da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo e Sorocaba, Anhembi Morumbi, FMU, Universidade Metodista e Unip, reuniram-se no campus da PUC, na capital Paulista, seguindo em protesto em direção a Uni9, outra instituição de ensino prejudicada com os cortes.

Bruna Zolfan, estudante de direito da PUC e 100% bolsista no Fies, é uma das organizadoras das manifestações e declarou ao Portal Vermelho que os estudantes estão passando por dificuldades, " Após pressão dos estudantes, conseguimos uma reunião com a reitoria, mas não houve comprometimento em propor alguma alternativa para os estudantes atendidos pelo Fies, algum financiamento paralelo, ou seja, estamos desamparados pela universidade e o Governo Federal. Precisamos de respostas urgentes, afinal, são 1.028 estudantes que utilizam o financiamento na PUC", afirmou a estudante.

Uma página foi criada no Facebook para dialogar com bolsistas de outras universidades que estão passando pelo mesmo problema. Clique aqui e confira. 

A diretora da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP) e presidenta do Diretório Central dos Estudantes da FMU, Nathália Keron, participou do protesto e disse que o movimento estudantil seguirá lutando contra o desmonte promovido pelo governo. " A UEE-SP está prestando todo apoio aos estudantes Bolsistas e mobilizando em diversas universidades contra os cortes promovidos por Temer na área da educação, vamos unir todos os universitários de São Paulo contra a retirada de direitos", anuncia a jovem.

Votação 

Uma sessão conjunta entre deputados e senadores ocorrerá nesta terça-feira (4), às 19h, para votar a liberação de créditos suplementares para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Na página on-line do Fies não consta nenhum comunicado esclarecendo a razão do atraso ou como os estudantes procederão em suas instituições de ensino. Em declaração à Folha, Mendonça-Filho afirmou que não existe dinheiro em caixa para efetuar o pagamento. Em contrapartida, o ex-ministro da Educação, Aloísio Mercadante, garantiu que existia em caixa R$ 18 bilhões e R$ 300 milhões para o aditamento do Fies. Atualmente, 2 milhões de estudantes correm o risco de perderem suas bolsas nas universidades privadas.