PCdoB/CE repudia agressão policial contra Inácio Arruda e militantes

Em nota divulgada nesta segunda-feira (02), a direção estadual do PCdoB no Ceará condena a postura truculenta da polícia durante as eleições na Capital que vitimou, dentre poutros cidadãos, militantes comunistas. No documento, o Partido afirma este não é “um fato isolado e se insere num projeto maior das forças de inspiração fascista”. Leia a seguir a íntegra do documento:

Agressão policial Inacio Arruda

O PCdoB do Ceará manifesta profundo repúdio à brutal violência policial registrada no final da tarde deste domingo, 2 de outubro, no Campus Fortaleza do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), pouco antes das 17h, próximo ao encerramento do horário de votação das eleições municipais.

A violência extrema e conduta arbitrária dos policiais ficaram claras, desde o início, quando jovens mulheres, eleitoras de diferentes candidatos e partidos, sentadas em um banco de jardim no pátio do IFCE, conversavam amistosamente e foram abordadas por policiais militares em função de uma suposta denúncia de campanha irregular.

Avisados por sua filha, uma das vítimas, o Secretário de Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado do Ceará, o ex-senador Inácio Arruda e sua esposa a médica Teresinha Braga Monte, ao chegarem ao local, tentaram através do diálogo evitar a continuidade da violência. Não conseguiram seu intento e passaram a ser objeto da agressão policial, juntamente com suas filhas e filho, além da dirigente estadual do PCdoB Andrea Oliveira, acompanhada de seu filho menor e da presidente estadual da União da Juventude Socialista (UJS) Germana Amaral, entre outros.

A violência física e psicológica, praticada pelos integrantes da Polícia Militar do Ceará, em plena luz do dia e diante do olhar incrédulo de dezenas de pessoas que presenciaram aquelas cenas de barbaridade foi registrada em inúmeros vídeos que circulam nas redes sociais e na imprensa, desde o final da tarde do domingo. As vítimas foram levadas à Polícia Federal onde prestaram depoimento e depois se dirigiram ao Instituto Médico Legal (IML), já na madrugada desta segunda-feira.

Esses fatos se somam a inúmeros outros ocorridos nos últimos meses em Fortaleza, a exemplo da chacina da Messejana, das agressões às mulheres do MST em frente ao Palácio da Abolição, da repressão à manifestação pacifica por ocasião do 7 de setembro na Beira-Mar, entre tantos outros episódios. O que evidencia uma escalada da violência policial contra os movimentos sociais, nosso povo trabalhador e a juventude. Aliás, é bom que se registre que o mesmo vem ocorrendo, nos últimos meses, em várias outras unidades da federação, fruto de um clima que instiga ódio e preconceito na sociedade.

Portanto, não é um fato isolado e se insere num projeto maior das forças de inspiração fascista que se utilizam de setores do aparato policial militar, sob sua influência, visando intimidar os que não concordam e se opõem ao projeto autoritário, inclusive no período eleitoral, com o objetivo claro de beneficiar determinados candidatos, identificados com essas posturas.

Nesse sentido, alertamos e conclamamos a sociedade cearense para repudiar essa prática violenta e intimidatória, seja no dia a dia da sociedade seja nos períodos eleitorais, notadamente neste segundo turno.

Por fim, o Comitê Estadual do PCdoB repudia o comportamento dos integrantes da Polícia Militar envolvidos na ação e exige imediata e rigorosa apuração dos fatos, com a responsabilização dos culpados por este e os demais episódios que, neste caso de ontem, entra para a história dos processos eleitorais de Fortaleza como uma de suas piores e mais tristes passagens, despertando intensa indignação em todos aqueles que defendem a justiça e a democracia.

Comitê Estadual do PCdoB do Ceará
Fortaleza, 3 de outubro de 2016