Sugestão popular quer que Senado vote criminalização da homofobia 

No final de 2014 foi ao arquivo do Senado projeto aprovado na Câmara que criminalizava a homofobia. No começo deste ano, chegou ao Senado sugestão popular de um projeto que equipara ao crime de racismo a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero.

Sugestão popular quer que Senado vote criminalização da homofobia - Agência Senado

O relator da sugestão é o senador Paulo Paim (PT-RS), que deverá apresentar um voto para ser analisado pela Comissão de Direitos Humanos (CDH). Caso a CDH aprove o relatório, a sugestão passa a tramitar como um projeto de lei da comissão.

Paim apresentou um relatório preliminar em junho último, mas no mês seguinte pediu mais prazo para examinar o assunto. No primeiro relatório, o senador defendeu a aprovação da sugestão.

“Ao longo desses anos de vida parlamentar, e, principalmente, no decorrer do exercício da presidência da CDH, venho dialogando com inúmeras pessoas sobre o tema dessa sugestão. Ouvimos histórias e nos emocionamos com elas. Contaram-nos a respeito de inúmeras discriminações sofridas, muitas vezes uma única pessoa sofre por ser negra, pobre e ter a sua orientação sexual questionada e reprimida violentamente todos os dias”, afirmou Paim.

Por esses motivos, o senador declarou estar com o “coração e a alma tranquilos” por defender a proposta. Para ele, é preciso que aprendamos a nos colocar no lugar dos outros e lembrou das palavras do papa Francisco: "Quem sou eu para julgar a conduta do outro?"

Violência homofóbica

A sugestão, apresentada por Gustavo Don, recebeu o apoio de mais de 2.200 cidadãos. Na descrição da ideia legislativa, Don citou dados do Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil em 2012, produzido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que mostravam o aumento no número de denúncias de violações dos direitos humanos da comunidade LGBTT.

Outras informações apresentadas foram da Organização Não Governamental Grupo Gay da Bahia (GGB) que apontam para o registro de uma morte a cada 27 horas motivada pela discriminação por orientação sexual e identidade de gênero.

Assim como as demais propostas legislativas em exame no Senado, as pessoas podem declarar apoio ou contrariedade com a SUG 05/2016. Até a tarde desta quinta-feira (29), 67.127 eram favoráveis e 2.698 contrárias.