Um em cada três argentinos é pobre, dizem estatistas oficiais

O Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos), da Argentina, divulgou nesta quarta-feira (28) os primeiros dados sobre pobreza no país desde 2012. Segundo o relatório, 32,2% da população no segundo trimestre de 2016 era pobre – e, desse total, 6,3% estavam abaixo da linha de indigência.

Favela na Argentina - Wikicommons

Esses índices indicam, na prática, que 8,78 milhões de argentinos são pobres – e 1,7 milhão, indigentes.

O que define se uma pessoa é pobre ou não depende de cálculos que envolvem o número de membros da família e a necessidade básica de alimentação de cada um desses grupos. O valor, então, é projetado em cima do preço da cesta básica.

De acordo com o jornal Página/12, por exemplo, uma família constituída por um casal de 30 anos de idade e três filhos menores de cinco anos precisa, por mês, de 13.136 pesos argentinos (cerca de R$ 2.750) para sobreviver. Se a renda for menor do que essa, ela é considerada pobre. Uma renda menor que 5.444 pesos (R$ 1.140) coloca a pessoa na indigência.

Em pronunciamento na Casa Rosada, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, classificou a pesquisa como “honesta” e disse que o Indec “colocou a verdade sobre a mesa”.

Segundo o mandatário, o governo trabalhará para combater a pobreza no país por meio do desenvolvimento de planos de infraestrutura e igualdade de oportunidades.

Pobreza na América Latina

A nível regional, na América Latina 29,2% dos latino-americanos — cerca de 175 milhões de pessoas — eram pobres no final de 2015, segundo uma pesquisa divulgada em março pela Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe) com informações fornecidas por cada país.

Em 2014, este número era de 28,2%. De um ano para o outro também houve um aumento na quantidade de indigentes; de 11,8% em 2014 para 12,4% em 2015. Ou seja, 75 milhões de latino-americanos vivem na extrema pobreza.