Rússia duvida que EUA estejam combatendo terroristas na Síria

A porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, indaga se a declaração do departamento de Estado de que se a Rússia continuar com seu apoio ao governo sírio, poderia esperar ações terroristas em suas cidades, mais soldados mortos e a derrubada de aviões, não seria uma ordem de ataque.

Na quarta-feira, o governo americano declarou que se a guerra civil continuar na Síria, os grupos extremistas – na realidade terroristas – vão ampliar suas aspirações para além daquele país e "atacarão as cidades russas".

Zajarova perguntou-se se a insinuação sobre ações com militares mortos, aviões derrubados e ataques terroristas em cidades russas seria digna de um funcionários da diplomacia ou se isso poderia ser uma ordem indireta para agir.

A porta-voz da Chancelaria russa também exigiu esclarecimentos dos EUA se o governo, ao mencionar grupos extremistas, fazia referência à oposição "moderada" que Washington prepara e é incapaz de diferenciar do grupo Jabjad aj Nusra.

"Os responsáveis por ações terroristas na França, Estados Unidos e em outras cidades, assim como os que degolaram pessoas no Iraque ou na Síria, são talvez parte de outra realidade?", pergunta Maria em sua página do Facebook.

Damasco denunciou em reiteradas ocasiões que os Estados Unidos financiam, equipam e treinam formações armadas, inclusive a frente al Nusra e o Estado Islâmico, com o objetivo de derrubar o presidente Bashar al-Assad.

Washington procura apresentar a Rússia como violador do pacote de acordos acertado no último dia 9 em Genebra, cujo conteúdo se negava revelar, depois que foram os agrupamentos armados na Síria os que em nenhum momento respeitaram os compromissos.