Juristas classificam prisão de Mantega como desnecessária e perversa

Nesta quinta-feira (22), o ex ministro da Fazenda Guido Mantega foi preso enquanto acompanhava a cirurgia de sua esposa, que se trata de câncer. A prisão provisória foi decretada em mais uma fase da Operação Lava Jato e foi justificada com base na presença do nome do ex-ministro em uma delação premiada.

Guido Mantega

No entanto, nas redes sociais, juristas condenaram a prisão. Para o Colunista do Justificando e Procurador do Estado de São Paulo, Márcio Sotelo Felippe, nas circunstâncias em que foi feita, a prisão foi desnecessária – “ele tem residência certa, todo mundo sabe onde encontrá-lo e não há qualquer justificativa para uma prisão nessas circunstâncias”, afirmou.

O desembargador aposentado Walter Maierovitch concorda com a desnecessidade da prisão – “sem entrar no mérito da irrogada negociata (Mantega teria solicitado 5 milhões para pagamento de dívida de campanha do PT) , não dá, por fato de 2012, para prender um ex-ministro, com domicílio certo.

“Mais ainda, a acompanhar cirurgia da esposa em hospital. Ainda não conheço o teor da decisão judicial impositiva da prisão, mas me parece exagerada, desproporcional, desnecessária” – complementou o desembargador.

Sotelo ainda classifica a prisão como mais um episódio de espetacularização. 'É puro exercício de perversidade, mais uma vez espetacularização do processo e mais uma vez o fascismo (a violência desmedida do Estado) tumultuando o país", disse.