Moro revoga a prisão temporária do ex-ministro Guido Mantega

Após o espetáculo da 34º operação da Lava Jato deflagrada na manhã desta quinta-feira (22), com a prisão preventiva do ex-ministro Guido Mantega enquanto acompanhava a cirurgia de tratamento de um câncer de sua esposa, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos na primeira instância, revogou a prisão do ex-ministro.

Moro na Câmara - Agência Brasil

Por decisão de Moro, foi decretada a prisão preventiva do ex-ministro, que dura apenas 5 dias. "Considerando os fatos de que as buscas nos endereços dos investigados já se iniciaram e que o ex-Ministro acompanhava o cônjuge no hospital e, se liberado, deve assim continuar, reputo, no momento, esvaziados os riscos de interferência da colheita das provas nesse momento.Procedo de ofício, pela urgência, mas ciente de essa provavelmente seria também a posição do MPF e da autoridade policial. Assim, revogo a prisão temporária decretada contra Guido Mantega, sem prejuízo das demais medidas e a avaliação de medidas futuras", disse Moro.

Lideranças políticas de diversos setores criticaram a prisão do ex-ministro, classificando como um ato desumano e arbitrário. "Tucanos citados inúmeras vezes sequer são investigados. Cunha segue solto. Mantega, citado em uma delação, é preso com a mulher no hospital", destacou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

A também senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AN) destacou: "Se o ex-ministro tem que ser investigado, tem que dar depoimento ou até ser detido, que seja feito dentro dos princípios da legalidade, mas também da humanidade, que todos nós devemos repeitar".

Já o ex-presidente Lula, em entrevista a uma rádio do Ceará, disse: "Qualquer tese de humanitarismo foi jogada no lixo. Guido é um homem que foi ministro da Fazenda, tem residência fixa e, portanto, as pessoas poderiam trata-lo como todo ser humano deve ser tratado".

E completou: "Parece até que se chama operação boca de urna. Está chegando perto das eleições, eles vêm para cima do PT".