Ações em defesa do SUS serão reforçadas nesta quinta-feira (22)

 A Frente em Defesa do SUS, que reúne 31 entidades, como sindicatos, centrais sindicais, fóruns e movimentos populares de saúde, reforça a luta contra a PEC 241 nesta quinta-feira (22), dia nacional de paralisação contra as propostas para o mundo do trabalho que vêm sendo anunciadas pelo governo Michel Temer.

defesa do SUS

Das 6h às 8h e das 14h às 15h, sindicatos de médicos, enfermeiros, farmacêuticos, psicólogos, dentistas e de pessoal administrativo farão atos em São Paulo no Quadrilátero da Saúde (região do Hospital das Clínicas e Emílio Ribas).

 
A PEC 241 sugere a instituição de um novo regime fiscal por meio da fixação de limite individualizado para a despesa dos Três Poderes e de todos os órgãos públicos. Estabelece que os limites para o exercício de 2017 sejam fixados de acordo com o valor da despesa primária realizada no exercício de 2016, corrigida pela inflação oficial (IPCA).
 
"Vamos distribuir panfletos para alertar a população sobre as ameaças do fim das vinculações de recursos para a saúde pública. Na sequência, seguiremos para o ato na Avenida Paulista", disse o secretário de Comunicação do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Gerson Salvador.
 
Contra o desmonte do sistema público de saúde.
 
Servidor do Hospital Universitário da USP, que enfrenta séria crise econômica, Salvador destacou propostas da frente. Entre elas, a necessidade de avanço no processo de auditoria da dívida pública e de projetos de lei que garantem mais recursos para o SUS. "Temos de impedir a aprovação da PEC 451, de autoria de Eduardo Cunha, que obriga os empregadores a garantirem planos de saúde para os empregados. A proposta, mais a ideia dos planos de saúde acessíveis, coloca nas mãos do mercado de planos e seguros a decisão de como serão realizadas as ações em saúde com base no lucro."
 
De acordo com os críticos, a PEC 451 aparenta ser um avanço, mas na prática obriga as empresas a contratarem planos de saúde, favorecendo o setor privado, e abre brecha para o estado se livrar de sua obrigação constitucional de prover saúde para todos e de investir na saúde pública.
 
Preocupado com o projeto e perdas a toda a sociedadecom o corte nos investimentos, o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Ronald Ferreira dos Santos, afirma que as entidades não aceitarão as medidas . "Estamos saindo às ruas para dizer que não queremos nenhum direito a menos”, afirmou Ronald, se referindo à defesa do SUS.
 
Na última segunda-feira (19)  completou 26 anos da Lei nº 8.080/1990, considerada como o marco inaugural do Sistema Único de Saúde (SUS). O SUS é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo e, antes da sua criação, a assistência médica era restrita aos segurados da Previdência Social, ou seja, pessoas que possuíam emprego formal e com carteira de trabalho assinada. A data desperta reflexão sobre os avanços, desafios e princípios que norteiam esse sistema: universalidade, igualdade e gratuidad