Peça teatral terá apresentações em escolas ocupadas por secundaristas

A polonesa naturalizada alemã Rosa Luxemburgo (1871-1919) – uma das principais mulheres revolucionárias do século 20 e defensora intransigente da democracia – é a centelha projetada pelo espetáculo Rózà para tratar das Rosas de todos os tempos.

Com idealização, direção e dramaturgia de Martha Kiss Perrone, codireção de Joana Levi e colaboração dramatúrgica de Roberto Taddei, o espetáculo traz no elenco Lowri Evans, atriz e performer inglesa, Joana Levi e a própria Martha Kiss Perrone. Renato Bolelli assina a instalação coreográfica. Após estreia no Festival de Curitiba, temporada na Casa do Povo e Circuito Paulista de Teatro, o espetáculo Rózà ganhou grande reconhecimento de crítica e público e recebeu indicação do Prêmio Shell para Melhor Iluminação e ficou entre os melhores espetáculos do ano pela Folha de S. Paulo e Estadão. Neste ano, o espetáculo foi contemplado pelo Prêmio Zé Renato de Circulação, com o projeto de apresentar a peça em escolas públicas de São Paulo.

Flertando com a linguagem da música e das artes visuais, Rózà é um espetáculo multimídia, construído a partir das cartas de Rosa Luxemburgo, em sua maioria, nas prisões alemãs do começo do século 20. Boa parte das cartas e discursos de Rosa Luxemburgo que estão no espetáculo são inéditas no teatro. Durante o processo de criação, parte da equipe viajou para Berlim por 15 dias para pesquisa, realizando entrevistas e pequenas cenas, que foram filmadas e são projetadas no espetáculo.

A relação entre a peça e o movimento secundarista começou no final de 2015, quando as atrizes montaram a “Oficina para corpos revolucionários” para os estudantes durante uma ocupação. Depois da convivência do coletivo com o movimento durante todo o ano de 2016, com a realização de um documentário, hoje a peça Rózà irá circular pelas escolas públicas: o cenário será montado nas quadras dessas escolas, transformando esse espaço já conhecido dos estudantes e tornando-o temporariamente um teatro, uma instalação. Além disso, depois do espetáculo, serão realizados debates com artistas.

Além da temporada do espetáculo, o coletivo já chegou na metade do processo de filmagem de um documentário que narra a trajetória de estudantes secundaristas nos movimentos de ocupação das escolas desde o final de 2015. O grupo acompanhou intensamente as ocupações e manifestações e, neste ano, está se concentrando mais no dia a dia dos secundaristas dentro de suas famílias, na escola, registrando as transformações e os dilemas na vida de cada um.

Serviço:

A programação das apresentações nas escolas e da temporada na Praça das Artes:

Circulação nas escolas: 8 apresentações dentro das escolas, sempre às 20h.

21/09 – EMEF Professora Maria Alice Borges Ghion – Butantã (fechada)

22/09 – E.E. João Kopke – Campos Eliseos (fechada)

26/09 – E.E. Maria José – Bixiga (fechada)

27/09 – EMEF Paulo Carneiro Thomaz Gal – Parque Vila Maria (fechada)

28/09 – EMEF Arthur de Azevedo – Tatuapé (fechada)

05/10 – ETEC Guaracy Silveira – Pinheiros (fechada)

06/10 – E.E. Caetano de Santos – Liberdade (fechada)

07/10 – E,E. Fernão Dias Paes – Pinheiros (fechadas)

Temporada Praça das Artes: 8 fechadas para as escolas e 8 abertas ao público

27/10 – EMEF Olavo Pezzotti – Vila Buarque (14h fechada e 20h mista)

03/11 – EMEF Terezinha Chica Medeiros – Raposo Tavares (14h fechada e 20h mista)

10/11 – E.E. Godofredo Furtado – Pinheiros (14h fechada e 20h mista)

17/11 – E.E. Professor Delcio de Souza Cunha – Diadema (14h fechada e 20h mista)

Sextas e sábados, de 28 de outubro a 19 de novembro, às 20h, aberto ao público.