Google manipulou opinião pública a favor de Hillary, diz pesquisa

A empresa Google poderia estar manipulando a opinião pública a favor de Hillary Clinton. Tal opinião foi revelada na pesquisa realizada pelo sociólogo científico e professor da Universidade de Califórnia, em San Diego, Robert Epstein.

Hillary Clinton - Youtube/SourceFed

Epstein disse que sua pesquisa se baseia no vídeo de Matt Lieberman no qual o analista cibernético afirma que a ferramenta de pesquisa Google altera os resultados de busca para mostrar de melhor forma a candidatura democrata, ocultando informações que possam prejudicar sua boa imagem.

Por exemplo, se o usuário tenciona buscar informações sobre crimes de Clinton, sua barra de busca automaticamente sugere procurar “reformas”, “crise” ou o projeto da lei de 1994, mas nada sobre seus crimes.

Pelo contrário, as ferramentas de pesquisa Yahoo! ou Bing oferecem aos internautas as informações que estão buscando.


Resultados da pesquisa Hillary Clinton is, realizada no início de agosto de 2016 © Foto: Bing, Yahoo, Google

O vídeo se tornou viral e recolheu no total mais de 32 milhões de visitas. Isso gera perguntas sobre se a Google está trabalhando a favor da candidatura de Hillary Clinton.

A Google respondeu ao vídeo com um e-mail para o jornal The Washington Times desmentindo tudo. A empresa tentou limpar sua reputação explicando que a sua barra de busca evita em geral que sugestões apresentem as pessoas de maneira negativa. “<…> Isto é completamente falso”, disse Epstein.

O que acontecerá se a pesquisa for Donald Trump? O resultado é evidente.


Resultado da pesquisa Donald Trump is, realizada no início de agosto de 2016

Epstein, em conjunto com sua equipe do Instituto Americano para Investigação de Comportamento e Tecnologia, tem realizado uma análise sistemática do algoritmo que o sistema de busca da Google usa para adivinhar pesquisas de usuários.

Segundo os resultados da análise, a barra de busca evita resultados negativos somente para Hillary Clinton, mas essa lei não abrange o seu rival na campanha eleitoral.

Por exemplo, a análise mostra resultados da pesquisa de “anti Hillary” e “anti Trump”, realizada em 2 de agosto. O sistema não oferece variantes negativas sobre Clinton, mas oferece um leque de sugestões pouco agradáveis para a pesquisa sobre Trump.

Ao mesmo tempo, o site de busca Yahoo! não é tão seletivo.


Resultados das pesquisas anti Hillary e anti Trump, realizadas no início de agosto de 2016

Tudo isso poderia parecer uma piada de mau gosto, mas o próprio Epstein realizou anteriormente uma pesquisa que revelou que o ranking de busca pode manipular a opinião pública convencendo internautas em votar por um ou outro candidato.

Assim, explicou o especialista, opções simples de busca podem ser um instrumento muito eficiente para manipular a opinião pública em relação aos presidenciáveis ou qualquer outra coisa.

Tudo o que é necessário é mostrar informações negativas sobre um candidato e ocultar informações pouco agradáveis sobre outro. Epstein lembrou que um grande número de matérias na revista The Wall Street Journal, por exemplo, mostram que funcionários da Google visitam frequentemente a Casa Branca desde que Barack Obama assumiu o cargo.

No total, foram realizadas mais de 450 visitas, o que é um número maior de visitas do que o de qualquer outra empresa dessa magnitude.

Alguns meses atrás, o portal The Intercept publicou uma matéria na qual mostrou que cerca de 250 pessoas têm ocupado e intercambiado cargos tanto na Google, como na Casa Branca.