Seis livros fundamentais de Julio Cortázar

Considerado um dos mais importantes escritores latino-americanos, Julio Cortázar nasceu em Bruxelas em 26 de agosto de 1914 e, aos 4 anos, mudou-se para a Argentina, país de origem de seus pais e cuja nacionalidade acabou por adotar.

Júlio Cortázar - Divulgação

Quando jovem estudou Letras e trabalhou como professor em várias cidades do interior da Argentina. Em 1951, fixou residência definitiva em Paris, onde construiu uma brilhante carreira literária, iniciada com a publicação de Os reis.

Veja a lista com seis obras fundamentais:

O jogo da amarelinha – Romance lançado em junho de 1963, este é o livro mais emblemático do grande escritor. Pela primeira vez, um escritor levava às últimas consequências a ideia de transgredir a ordem tradicional de uma história e a linguagem para contá-la. O resultado é único, aberto a múltiplas leituras, repleto de humor, de riscos e de uma originalidade sem precedentes.

Histórias de cronópios e de famas – Consagrado pelo realismo fantástico e pela experimentação presente em seus contos, Julio Cortázar inova aqui sua própria linguagem. Nesta coleção de narrativas curtas e despretensiosas, ele apresenta uma visão poética e bem-humorada sobre acontecimentos cotidianos, promovendo uma reinvenção do mundo aos olhos do leitor. E ainda nos convida mais uma vez para um universo fantástico, com criaturas como os cronópios, seres verdes e úmidos que vivem de poesia, e os famas, que são mais práticos e organizados.

Octaedro – Trabalhando com um mínimo de elementos formais, Cortázar parte de um núcleo central para levar-nos as situações incomuns dentro de microcosmos humanos, universos isolados e rodeados por forças ameaçadoras e misteriosas. De repente, no dia-a-dia da realidade familiar e banal, introduz-se o insólito. Em cada conto, o real passa a se interpretado como inseparável do imaginário, fazendo supor a existência de outra ordem que desconhecemos. O objetivo do autor é o de criar leis contra o determinismo e a alienação impostos pela vida cotidiana. Terminada a narrativa, a incerteza permanece, deixando o leitor desconcertado.

Papéis inesperados – Este livro, publicado 26 anos após a morte do autor, traz textos inéditos, auto-entrevistas, poemas, reflexões sobre escultura, fotografia, pintura e música, além de manuscritos redigidos entre 1930 e 1980 e descobertos no final de 2006 pela herdeira do autor.

Bestiário – Primeira obra em que Julio Cortázar afirma se sentir “seguro do que queria dizer”. As histórias que compõem este volume falam de objetos e acontecimentos cotidianos, passam para a dimensão do pesadelo ou da revelação de modo natural e imperceptível. Em cada conto, surpresa e inquietação são acrescentadas ao indescritível prazer de lê-los.

Divertimento – Esta obra apresenta o escritor quase iniciante, com a liberdade e a ousadia que o caracterizariam. Fascinado pela capacidade de transformação da língua e dono de um senso crítico apuradíssimo, Cortázar trabalha com o mínimo de elementos formais. A idéia parte de um núcleo conhecido que leva o leitor a situações inusitadas, apostando no humor, no fantástico e no imaginário.