Luciana Santos: Temer quer levar o país “ao tempo da terra arrasada”

A presidenta nacional do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE), candidata à prefeita de Olinda (Pernambuco), afirmou em entrevista à Folha de Pernambuco que a agenda do governo ilegítimo de Michel Temer leva o país “ao tempo da terra arrasada”. E a saída é a resistência “para devolver a soberania popular”.

Luciana Santos - Reprodução: PCdoB na Câmara

“Um dos caminhos é fazer o embate nas ruas, nas redes e no Congresso pelo ‘plebiscito já’ para devolver a soberania popular, pois o maior revés que tivemos é a ameaça à democracia”, disse.

Luciana destacou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016, em tramitação no Congresso Nacional, que estabelece um novo regime fiscal determinando que nenhum investimento nas áreas sociais pode ser superior ao reajuste inflacionário, é um retrocesso.

“A PEC 241 vai rasgar a Constituição porque vai retirar do Brasil aquilo que foi um grande pacto social que foram os limites orçamentários, como 25% para a educação, 15% para a saúde no caso dos municípios. Isso vai por água abaixo, voltando ao tempo da terra arrasada”, frisou Luciana, que é candidata a prefeita de Olinda.

Segundo ela, o julgamento do processo de impeachment no Senado, nesta quarta (31), não foi o julgamento do mandato da presidenta Dilma Rousseff. “O que estava em xeque não foi o crime de responsabilidade. Trata-se de uma luta política de projetos políticos antagônicos e que sem a força das urnas, forças políticas conseguiram a maioria para inviabilizar o projeto que venceu na democracia. E querem impor uma agenda para o país que é muito ruim”, destacou.

“Em três meses do interino Temer ele já disse a que veio”, completou ela, citando a extinção dos ministérios da Cultura, Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Direitos Humanos.

A dirigente comunista salientou ainda que, apesar dos pouco mais de cem dias de governo interino, Temer também ameaça com medidas os direitos dos trabalhadores garantidos pela CLT. Ela destaca que a proposta “rasga a legislação trabalhista”, que garante direitos como 13º salário e férias, e “faz valer o que foi negociado”.

“É uma agenda ultraliberal e talvez seja uma situação pior do que vivemos no governo de Fernando Henrique Cardozo, porque o governo FHC pelo menos tinha que dar satisfação aos votos que ele obteve nas urnas e Temer não. A única satisfação que Temer tem que dar é a quem o elegeu, que são aqueles 61 senadores. Ele tem que dar satisfação ao Congresso e não ao povo”, frisou.

Luciana lembra que os últimos 13 anos foram de muitas conquistas para o povo brasileiro, destacando o avanço no número de estudantes universitários e de universidades no país. Lembrou também que o Brasil saiu do Mapa da Fome, tirando milhões de brasileiros da pobreza.

“Os saltos foram grandes. O pré-sal, que é da União, que foi um marco legal conquistado nesse período, ia garantir os investimentos para a educação. Se não resistirmos à altura, vai tudo por água abaixo”, sublinhou.

“Vamos resistir com denúncia e ao mesmo tempo explicar o que ameaça”, concluiu.