Colômbia mantém relações com Brasil, mas destaca “apreço” por Dilma

Um dia depois da consolidação do golpe parlamentar contra Dilma Rousseff, nesta quinta-feira (1º/9), o governo da Colômbia emitiu uma nota oficial onde destaca o importante papel da presidenta para o desenvolvimento regional da América Latina e afirma que pretende “continuar trabalhando com o país irmão”.

Juan Manuel Santos - Efe

A nota, bastante concisa, inicia ressaltando a importância da administração de Dilma Rousseff, que o governo colombiano chama de “presidenta” e não “ex”, para a aproximação dos dois países. “Diante da decisão do Senado da República Federativa do Brasil, o governo da Colômbia expressa seu reconhecimento e apreço à presidenta Dilma Rousseff, com quem manteve um fluído entendimento que enriqueceu a relação bilateral e reafirmou os históricos laços de amizade e cooperação que unem os dois países”.

Em seguida, o governo colombiano afirma que tem por princípio respeitar os assuntos internos de outros Estados soberanos e por isso pretende continuar trabalhando em parceria com o Brasil a fim de manter a estabilidade e as conquistas dos cidadãos da região.

“O governo da Colômbia, respeitando o princípio de não intervenção nos assuntos internos de outros Estados, formula seus melhores votos para que o povo brasileiro, dentro do marco de suas instituições democráticas, reafirme sua vocação de progresso e liderança ao mesmo tempo que manifesta sua vontade de continuar trabalhando com o governo constituição do país irmão, em benefício de nossos cidadãos e da região”, diz o documento.

A Colômbia passa atualmente por um dos momentos mais delicados de sua história. Depois de 50 anos, o país finalmente chega perto do fim do conflito entre o Estado e as Farc. O governo de Juan Manuel Santos, apesar do empenho em busca da paz em seu país, não integra o conjunto de presidentes progressistas mais alinhados à esquerda do continente.