Parlamentares anunciam luta contra retrocessos e recuos 

Logo após o final da sessão que consumou o golpe contra a presidenta eleita, os parlamentares aliados de Dilma Rousseff se encaminharam ao Palácio da Alvorada para expressarem solidariedade à presidenta e acompanhar o pronunciamento que ela fará em poucos minutos. O ambiente é de tristeza e indignação, mas todos reafirmaram a disposição de luta pela construção de um Brasil mais justo, onde os trabalhadores sejam protagonistas de sua história. 

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Foi o que disse o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), que estava entre os parlamentares que foram cumprimentar a presidenta eleita. “(O golpe) representa uma tragédia para a democracia brasileira”, avaliou, citando o povo com que mantém contato na periferia, que diz “para nós nunca foi fácil. Isso vale para nós na política também”.

As dificuldades que surgirão a partir da agenda que será cumprida pelos golpistas no governo federal com o apoio do parlamento não arrefecem o ânimo dele: “É se preparar para atravessar o deserto porque eles vão arrebentar os trabalhadores, mas vamos lutar para abrir horizontes. Depois da noite, o dia vem, vem a luz para construir um país justo”, anunciou o deputado.

Para Orlando, o momento agora é de “seguirmos na nossa caminhada”, destacando que “a gente experimentou um projeto, viu que é possível construir um país para os trabalhadores, mas eles não aguentaram, o que se viu foi muito ódio de ver o nosso povo protagonista”.

Contra retrocessos e recuos

A líder da Minoria na Câmara, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), também falou sobre o sentimento de indignação e tristeza, mas ao mesmo tempo de muita vontade de lutar. “Nós sabemos que condenaram uma inocente, qual o sentido do golpe, com tentativa de falsa legalidade, para tirá-la do cargo e colocar um usurpador que vai fazer uma agenda contra o povo brasileiro e contra o Brasil”, denunciou, acrescentando “vamos lutar para que a gente consiga de fato não permitir retrocessos ou recuos da democracia no Brasil”.

O deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) avalia que “agora a gente vai continuar falando a verdade para o Brasil, que fomos vítima de um golpe parlamentar. A presidenta Dilma é uma mulher digna, honrada, que lutou pela democracia. Vamos fazer oposição e dizer que esse governo não tem legitimidade para presidir esse país”.

Segundo o deputado, “se nós não estivéssemos em um momento econômico difícil, eles não dariam esse golpe. Nós estamos nesse momento porque a presidenta Dilma, no primeiro mandato, fez desonerações de impostos para manter emprego. Na época, esse cara da Fiesp, que financiou o golpe, aplaudiu a medida. Com isso deixaram de entrar nos cofres públicos brasileiros R$ 400 milhões, houve problema de fluxo de caixa”, explicou o deputado, em referência ao fato dos golpistas terem usado a crise econômica como pretexto para afastarem da Presidência da República a presidenta eleita por 54 milhões de votos do povo brasileiro.