Mães da Praça de Maio retomam “Marchas da Resistência”

Devido às medidas neoliberais de Maurício Macri, a Associação Mães da Praça de Maio retoma nesta sexta-feira (26) as tradicionais “marchas da resistência”. Estas manifestações costumam durar mais de 24 horas.

Mães da Praça de Maio - Ámbito

A última convocatória para uma “marcha da resistência” foi feita há dez anos. A presidenta da associação, Hebe Bonafini, decidiu retomar estas manifestações por entender que desde dezembro, quando Macri assumiu a presidência, “há um inimigo na Casa do Governo”.

A manifestação está prevista para as 17 horas na Praça de Maio, em Buenos Aires e deve encerrar apenas na noite de sábado (27). O objetivo é repudiar as medidas neoliberais de Mauricio Macri.
“A Marcha não é contra um, é contra um governo que quer nos prejudicar, mas o que eles não têm é o povo na rua. Vamos inundar as ruas, as praças, para que os companheiros que não têm trabalho se sintam apoiados”, disse Hebe.

Desde que Macri assumiu a presidência, os argentinos sofrem com ondas de demissões, cerca de mil pessoas ficam desempregadas diariamente. A taxa de desemprego já é superior a 9%. De acordo com Hebe, um dos objetivos desta primeira marcha é exigir a recontratação dos funcionários demitidos. O lema é “Pelo direito a trabalhar, resistir sem descasar. Cristina na condução”.

A ex-presidenta Cristina Kirchner é atualmente a principal voz da oposição. Durante todo seu mandato trabalhou muito próxima das Mães e das Avós da Praça de Maio, é natural que agora, fora da presidência, integre as mobilizações destes setores sociais.

Hebe explicou que a manifestação vai contar com mais de 30 organizações kirchneristas, entre elas, a La Cámpora, uma das mais destacadas. A dirigente de 95 anos convocou a militância para ocupar a praça “com alegria e vontade de mudança”.

E deixou claro: “É necessário caminhar 24 horas para que a marcha seja notada. Nem dormir, nem perder tempo. A cantar!”

A história das Marchas da Resistência

As Marchas começaram no auge da ditadura militar argentina, em 1981, e e durante 25 anos conquistaram os argentinos. A última foi realizada no dia 26 de janeiro de 2006 e durante os governos de Néstor e Cristina Kirchner as Mães não se manifestaram na praça por entender que se tratava de um governo amigo”. À época Hebe chegou a afirmar: “o inimigo não está mais na casa do governo, o inimigo está nas multinacionais”.