Mercosul se reúne para decidir se a presidência vai para a Venezuela

Os coordenadores nacionais dos países membros do Mercosul – Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela – se reúnem nesta terça-feira (23) em Montevidéu, para dar uma resposta definitiva sobre a transferência da presidência pró-tempore do bloco para o país de Nicolás Maduro.

Delcy Rodriguez - Jorge Saenz/AP

A reunião tem o objetivo principal de analisar o quanto a Venezuela avançou para alcançar a adesão plena ao bloco, que consiste em incorporar as normas em sua legislação interna.

De acordo com as normas do regulamento do Mercosul, a presidência pró-tempore é transferida de um país a outro a cada seis meses seguindo a ordem alfabética. O país a frente do bloco recentemente era o Uruguai, portanto, a Venezuela deveria assumir o bastão.

O Paraguai é o país que mais se nega a aceitar que a presidência seja transferida a Nicolás Maduro, não é a primeira vez que Horácio Cartes dificulta este procedimento. Porém, com José Serra à frente do Ministério das Relações Exteriores, o Brasil deixou de ser mediador destes conflitos e se tornou um pivô que contribui para o isolamento da Venezuela. A Argentina também dificulta a transferência.

O chanceler paraguaio, Eladio Loizaga,afirmou que esta reunião será definitiva para resolver o impasse.
Já a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, manifestou repetidas vezes que os ataques do Brasil, Argentina e Paraguai tentam golpear e insultar a herança da Venezuela de independência e liberdade.

Maduro qualificou este complô como “Tríplice Aliança”, em referência à guerra do Brasil contra o Paraguai, e denunciou que o objetivo é isolar a Venezuela e expulsar seu país do bloco.

O Uruguai é o único país membro que tem defendido o regulamento do Mercosul e se mantém firme em defesa da Venezuela assumir a presidência. Maduro agradeceu a atitude de Tabaré Vázquez que chamou de “força moral” frente às pressões do Brasil.