Após jantar, Aécio diz que Temer promenteu adotar programa do PSDB

O presidente provisório Michel Temer (PMDB) ofereceu um jantar aos tucanos, liderados pelo senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), no Palácio do Jaburu na madrugada desta quinta-feira (18). O encontro foi para tentar acalmar os ânimos entre as duas legendas que só pensam em eleições. Aécio saiu da reunião dizendo que espera que o peemedebista se comprometa a “fazer história” e não “eleições”.

Aécio Neves - José Cruz/Agência Brasil

Aécio também foi reclamar que o arrocho nas contas promovido por Temer ainda é muito modesto perto que que o PSDB defende. Mas disse que o governo interino se comprometeu a executá-lo, se o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff for aprovado em definitivo pelo Senado.

“Ele nos tranquilizou hoje, nos deu garantias de que as reformas estruturais estarão, inclusive, em pronunciamento à nação após o impeachment. Esperamos que seja um governo com compromisso com a história, não com eleições”, afirmou Aécio, que não quer disputar a vaga de candidato com o aliado, já que tem outros dois na sua legenda para derrotar – José Serra e Geraldo Alckmin.

Além de Aécio, participaram do jantar os senadores Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Aloysio Nunes (PSDB-SP), Tasso Jereissati (PSDB-CE), e o líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA).

Aécio disse que apresentou as medidas de ajuste que os tucanos consideram cruciais, ainda que impopulares, a serem colocadas em prática o mais rápido possível pelo governo interino. Afirmou ainda que cobrou no jantar que Temer não dê mais “sinais ambíguos” em relação à política econômica.

“Apresentamos a ele os pontos que já defendíamos: as reformas estruturais, previdenciária, trabalhista, a própria reforma do Estado. O que ouvimos é que ele tem vontade de inaugurar um tempo novo onde as reformas sejam claras. Os sinais não podem mais ser ambíguos, têm de ser claros em direção às reformas. E ele terá nosso apoio”, disse.

Efetivamente, as medidas defendidas pelos tucanos – e que Temer não avançou para não dar caldo a protestos num momento em que se vota o impeachment da presidenta Dilma -, representam um retrocesso nos direitos dos trabalhadores e corte de programas sociais, bandeiras essas apresentadas por Aécio nas eleições de 2014 e derrotadas nas urnas.

Agora, Aécio diz que tendo garantias de arrocho nas contas e a aplicação das reformas dadas por Temer, a relação entre PSDB e PMDB devem se "realinhar".

"Acho que vai ter realimento, uma convergência entre nós, a partir da confirmação do presidente Michel Temer no cargo", disse.