Bahia celebra 218 anos da Revolta dos Búzios

O movimento revolucionário baiano de 1798, mais conhecido como Revolta dos Búzios, completa 218 anos nesta sexta-feira (12/07). Também conhecido como Conjuração Baiana e Revolta dos Alfaiates, o movimento é considerada um dos mais amplos ocorridos no Brasil Colônia, do ponto de vista político, econômico e social.

O grande marco da Revolta dos Búzios foi a articulação de grupos mais pobres da população baiana para defender propostas que realmente os representassem. Foi uma das maiores manifestações populares comandadas por negros, mulatos e mestiços que lutavam pela democracia, exigindo direitos de igualdade de raça e de gênero para todos os brasileiros.

Depois de perseguidos e condenados, um ano depois do início da Revolta dos Búzios, seus líderes foram executados publicamente, no local onde hoje está instalada da Praça da Piedade, na capital baiana. O título do movimento deve-se ao fato de que muitos ativistas usavam búzios presos a uma pulseira para facilitar a identificação entre si. A Revolta dos Búzios também é conhecida como Revolta dos Alfaiates, uma vez que seus representantes exerciam este ofício, Conjuração Baiana, dentre outros nomes.

Heróis do Brasil

Os nomes dos líderes (João de Deus do Nascimento – 38 anos, Lucas Dantas de Amorim Torres – 24 anos, Manuel Faustino Santos Lira – 18 anos e Luis Gonzaga das Virgens e Veiga – 36 anos) da manifestação foram inscritos no Livro de Aço dos Heróis Nacionais em 4 de março de 2011, mais de 200 anos após suas mortes, depois da sanção da Lei 12.391 pela então presidenta Dilma Rousseff.

Um dia emblemático

No dia 12 de agosto de 1798 a capital baiana havia amanhecido com diversos manuscritos espalhados em prédios públicos, conclamando a população para uma revolta armada que, entre outros temas, defendia a proclamação da República, o fim da escravidão, redução de impostos, dentre outras pautas reivindicatórias.

As publicações propagavam mensagens diversas, dentre elas, a mais emblemática: “Animai-vos, povo bahiense, que está para chegar o tempo feliz da liberdade. O tempo em que todos seremos irmãos. O tempo em que todos seremos iguais”.

Ações

A titular da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Fabya Reis, informou que o governo estadual tem absorvido a data em sua agenda institucional, reforçando o trabalho protagonista do movimento negro pela preservação da memória e do legado da Revolta dos Búzios.

“Nosso esforço, no diálogo com a sociedade civil, é consolidar cada vez mais um calendário neste sentido, reforçando o nosso ‘Agosto da Igualdade’. Temos potencializado atividades, debates e discussões sobre as políticas públicas para a população negra, considerando estes marcos históricos na luta racial. Assim, vamos difundindo os ideais de liberdade disseminados pelos líderes deste movimento reivindicatório”, destacou.

A gestora ressalta o edital Agosto da Igualdade como uma das principais iniciativas do Governo do Estado, neste contexto, cujas inscrições seguem abertas até a próxima segunda-feira (15). Este ano a Sepromi destinou R$ 380 mil para a seleção de dez projetos com foco na preservação da história do movimento revolucionário, associados à Década Internacional Afrodescendente (2015-2024). Os detalhes do edital estão disponíveis no site da Sepromi.

Com Ascom/Sepromi