Maranhão recebe mais médicos cubanos para reforçar saúde primária

Em continuidade as ações do Programa Mais Médicos no Maranhão, o governador Flávio Dino, recebeu, na tarde dessa terça-feira (9), mais 23 médicos cubanos que vão trabalhar junto aos outros 645 médicos que já atuam nos municípios maranhenses. Segundo o governo maranhense, os profissionais irão reforçar a assistência de saúde na Atenção Primária.

Médicos cubanos chegam ao Maranhão - Foto:Francisco Campos/SES

Na próxima quinta-feira (11), mais dez médicos intercambistas (brasileiros formados no exterior) integrarão a equipe, que será lotada em 35 municípios, alcançando as 19 regionais de saúde. Com a chegada dos novos médicos, ao todo, serão 688 prestando serviço no estado, por meio do Programa. Eles representam um reforço à promoção da Saúde Pública do Maranhão.

Os médicos foram recebidos pela assessoria do governo, ao desembarcarem no aeroporto Marechal Cunha Machado.

Deficit na saúde

Segundo dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), o Maranhão é o estado com o menor número de médicos por habitante do país. A integração dos novos profissionais ajuda a diminuir esse deficit, como explica o secretário adjunto da Política da Atenção Primária e Vigilância em Saúde, Marcelo Rosa.

“Esse reforço consiste na cobertura da atenção primária com uma assistência de médicos com referência em relação ao atendimento nessa área. Temos grandes hospitais e especialistas, mas, é na atenção primária que se concentra a carência de profissionais para atuarem na Estratégia de Saúde da Família, qualificando o atendimento da população”, explicou Marcelo Rosa.

Melhoria da saúde pública

Para a médica cubana Gisela Rodrigues, que atuará no município de Santo Amaro, essa é uma experiência única marcada por uma assistência humanizada. “Viemos prestar assistência às pessoas mais necessitadas. Sem dúvida, será uma experiência profissional, mas também cultural. Nossa característica é trabalhar, não importa onde nem como. O que queremos é fazer diferença no local em que estivermos, contribuindo para a melhoria da saúde da população”, enfatizou.

É a mesma intenção que compartilha o médico José Aristides, que prestará serviço no município de Itapecuru Mirim. “Estamos felizes por chegar a esse Estado e esperamos atender da melhor maneira, sempre atento a necessidades de cada paciente. Temos ânimo para trabalhar muito pela saúde e prestar assistência integral. Nossos colegas que já estão aqui falam muito bem desse povo, por isso, acreditamos que será uma experiência maravilhosa”, contou o médico.

A médica Liadalmis Johnson Fleita, considerou importante a capacitação realizada pelo Ministério da Saúde (MS), por meio da qual, além de treinamento para aperfeiçoarem a Língua Portuguesa, eles foram orientados sobre a estrutura e necessidades de saúde da população nos locais em que seriam lotados.

“Além de aprender muito sobre a medicina brasileira, poderemos trocar experiências com os colegas e dar tudo o que pudermos para atender aos que precisam de atenção na saúde. Foi importante saber antes sobre essas necessidades. Acredito que essa experiência servirá também para incrementar nosso conhecimento sobre atenção primária em saúde”, pontuou a médica.

Sobre o programa

O Mais Médicos foi criado em 2013 e, desde o início de sua implantação, o Maranhão recebe profissionais. O Programa ampliou a assistência na Atenção Primária disponibilizando médicos nas regiões com carência de profissionais.

Além do provimento emergencial de médicos, a iniciativa prevê ações voltadas à infraestrutura e expansão da formação médica no país, o que compõe o terceiro eixo do programa. É meta estipulada pelo programa a criação, até 2017, de 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina e 12,4 mil de residência médica para formação de especialistas com o foco na valorização da Atenção Básica e outras áreas prioritárias para o SUS.

As vagas desocupadas por médicos brasileiros e de outras nacionalidades selecionadas por edital são repostas por meio de chamadas trimestrais. No caso dos médicos cubanos, a substituição é feita diretamente pela Opas com o governo de Cuba. A continuidade da reposição dos médicos foi um compromisso para atender o apelo dos gestores municipais para não deixar desassistida a população dos locais onde esses médicos atuavam.