Joanna Maranhão é alvo de ataques nas redes e recorre à justiça 

A nadadora olímpica Joanna Maranhão, de Recife, foi alvo de uma onda de ódio nas redes sociais depois de postar um texto de agradecimento por sua participação na Rio 2016, onde conquistou sua melhor marca em Jogos Olímpicos, mas não conseguiu se classificar para a final dos 400 medley. Nesta segunda-feira (8), ela também ficou fora da semifinal dos 200 metros medley por apenas cinco centésimos.

Joanna Maranhão é alvo de ataques nas redes e recorre à justiça

Após a postagem, Joanna foi vítima de ataques ligados a "haters". O termo hater é bastante utilizado na internet para classificar algumas pessoas que praticam "bullying virtual" ou "cyber bullying".

"Foi enfrentar os 'urubu', mas saiu com a bunda molhada, e sem nenhuma medalha…..kkkkkkkkkkk", postou Roberto Moraes, em resposta ao texto da atleta, em sua página no Facebook.

O usuário Paulo Bernardo sugeriu à atleta "aproveitar esse preparo físico todo que a natação proporciona e procurar um emprego, algo como virar uma laje etc, porque a mamata de viver às custas do dinheiro público, leia-se do contribuinte vai acabar"

Joanna é crítica declarada do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e contra políticos conservadores, como o deputado Jair Bolsonaro (PSC-SP).

"Realmente, vc não nos representa, a nenhum de nós, jamais nos representará! Você é o retrato do fracasso e da vergonha, não porque terminou em 15°, mas pelo ser humano desprezível que ės! Já vai tarde! Bolsonaro será sim nosso presidente, vocês queiram ou não, vocês não representam nossa nação!", postou a seguidora do Bolsonaro, Mari Costa.

Em resposta às ofensas, a atleta disse que seu advogado está reunindo informações dos usuários para ir à Justiça. Segundo ela, "o ódio será revertido para uma boa causa; combate à pedofilia". Leia abaixo o post:

"A todos os perfis verdadeiros que vieram até aqui denegrir, ofender e xingar: muito obrigada!
Fiquei em silêncio permitindo que vocês se sentissem a vontade enquanto o advogado coletava nome, dados e cpf de cada um. A partir da próxima semana estaremos entrando com ação na justiça, com todas as provas (inclusive cobertura da imprensa), trata-se de uma causa ganha e com esse dinheiro estaremos potencializando as ações da ONG infância livre. Sendo assim: muito obrigada! O ódio de vocês será revertido para uma boa causa; combate à pedofilia" denunciou. 

Vítima de abuso sexual na infância, Joanna destacou-se na luta contra a pedofilia e, em 2012, foi criada a Lei 12.650/2012 que leva o seu nome, alterando a prescrição sobre os crimes de pedofilia e também estupro e atentado violento ao pudor, praticado com crianças e adolescentes.

Joanna não foi a única a sofrer ódio nas redes sociais. A judoca Rafaela Santos, primeira atleta brasileira a conquistar medalhas no Rio 2016, sofreu ataques racistas nas redes sociais quando foi eliminada dos jogos olímpicos em Londres.