Parecer que pede a cassação de Cunha é lido no Plenário da Câmara 

O parecer do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que recomenda a cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por quebra de decoro parlamentar foi lida no início da sessão plenária da Casa, nesta segunda-feira (8). Agora, são contadas duas sessões do Plenário para o processo entrar na Ordem do Dia (Votações). A data de votação será definida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).  

Parecer que pede a cassação de Cunha é lido no Plenário da Câmara - Agência Câmara

São necessários 257 votos entre os 512 deputados em exercício para determinar a perda do mandato de um parlamentar.

Durante a leitura do parecer, diversos parlamentares se manifestaram pedindo agilidade no processo de votação. O deputado Ivan Valente (SP), líder do Psol, um dos partidos que entrou com ação contra Cunha no Conselho de Ética, disse que “não dá para tolerar” mais nenhuma manobra para adiar a votação, destacando que durante 300 dias “o corrupto e delinquente conseguiu empurrar com a barriga todo esse processo, corromper, cooptar, intimidar e se manter no mandato, embora tenha sido afastado desta Casa pelo Supremo Tribunal Federal (STF).”

O deputado afirmou ainda que a Casa e a sociedade estão atentos contra manipulações para que a cassação de Cunha seja julgada depois do impeachment ou depois das eleições, acusando os protetores do deputado afastado – incluindo o governo golpista de Michel Temer – de estarem com medo da delação do Eduardo Cunha.

“Tem muita gente lá no governo do golpista Temer que está com medo de que Eduardo Cunha retalie, ou seja, abra tudo o que sabe. E ele sabe muito, é só ver os dez processos a seu respeito lá no STF, e já é réu em dois processos.

Nesta semana

O líder da Rede, outro partido signatário da ação contra Cunha, deputado Alessandro Molon (RJ), também pediu que a votação do processo de cassação de Cunha ocorra ainda nesta semana.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) engrossou o coro dos parlamentares que exigem a votação da matéria ainda esta semana. “Exigimos que seja agendada imediatamente a sessão na qual cada Deputado e Deputada devem opinar sobre a cassação de Eduardo Cunha.”

Segundo ela, “a imunidade parlamentar não pode ser um manto de bandidos, de corruptos, de criminosos. Nós precisamos de um Parlamento livre dessas circunstâncias que tanto envergonham a Nação brasileira. É uma responsabilidade da Câmara dos Deputados que deve ser cumprida, o afastamento definitivo de Eduardo Cunha”, afirmou, adiantando o voto favorável à cassação de Cunha.

Mentiras

O Conselho de Ética considerou que o ex-presidente da Casa mentiu em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em maio de 2015, sobre a existência de contas bancárias de sua propriedade no exterior.

O deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), que presidia a sessão e leu o relatório do Conselho de Ética, também leu o parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que rejeitou o recurso apresentado ao colegiado por Cunha pedindo a anulação do processo.