Frentes unificadas dão largada à jornada olímpica pelo 'Fora Temer'

As frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo e de Esquerda reuniram-se em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (3), no Rio de Janeiro, para expor o calendário de manifestações que ocorrerão durante os Jogos Olímpicos. A ideia é expor ao mundo o golpe de estado em curso no Brasil. Para os movimentos sociais, há três bandeiras centrais de lutas: "Nenhum direito a menos", "Fora Temer" e "Contra a calamidade olímpica".

Por Laís Gouveia

Frentes unificadas dão largada à jornada olímpica pelo Fora Temer

Nesta sexta-feira (5),  haverá uma manifestação nacional pelo "Fora Temer", às 11h, na praia de Copacabana, data também marcada pela abertura dos Jogos Olímpicos, no Estádio do Maracanã. As frentes planejam uma jornada de mobilizações contra o golpe durante todo o período em que o Brasil sediar as Olimpíadas.

Entre os participantes da coletiva, estavam os representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a União Estadual dos Estudantes do Rio (UEE-RJ), a Intersindical, o Coletivo Rua e a Marcha das Mulheres.

Golpe duplo

Em sua fala, Guilherme Boulos, coordenador do MTST, considerou que o golpe de estado no Brasil é duplo. “É um governo não eleito aplicando um programa que também não foi eleito pelo povo brasileiro, como a Reforma Trabalhista, da Previdência, a destruição dos programas sociais, precarização do SUS, desmonte da educação, ou seja, uma verdadeira terra arrasada, produzindo uma regressão social sem precedentes. São essas questões que devemos denunciar ao mundo", alerta. 


Foto: Mídia Ninja 

E continuou: “Não vamos deixar de fazer nenhuma mobilização durante as Olimpíadas por medo de enquadramento em Lei Antiterrorismo ou por conta de ameaças. Qualquer tipo de agressão nesta sexta-feira (5) será de responsabilidade do Ministro ilegítimo da Justiça, Alexandre Morais”.

Quando questionado se o cenário imposto pelo Senado poderia inviabilizar a luta contra o golpe, Boulos foi categórico ao afirmar que “nossa crença fundamental não é no carpete do Senado, mas, sim, nas mobilizações das ruas".

Greve geral

Edson Carneiro (Índio), secretário-geral da Intersindical, aproveitou a coletiva salientando que, sem a mobilização dos trabalhadores, a retirada de direitos não cessará. “Não nos sobra outra alternativa que não seja a construção de uma greve geral para barrar a agenda do golpe, impedir retrocessos sociais e em defesa da constituição de 1988”, indicou.

Calamidade olímpica

O Presidente da UEE-RJ, Leonardo Guimarães, disse que o ato nesta sexta-feira (5) tem como bandeira principal a luta contra a calamidade olímpica, “não significa ser contra os Jogos Olímpicos, mas não há contradição em denunciar o golpe de Estado e também apontar as incoerências que acontecem em nossa cidade [ Rio de Janeiro], como a retirada de direitos dos trabalhadores cariocas”, avalia.

Além das manifestações da Jornada de Lutas pelo Fora Temer durante os Jogos Olímpicos, a Frente Brasil Popular mobiliza para a próxima terça-feira (9) uma série de atos nas principais cidades brasileiras para dizer não ao golpe.

Para saber mais sobre a manifestação desta sexta-feira, clique aqui  .