Presidenta do Chile vai debater previdência estatal com manifestantes

As sequelas do neoliberalismo dos anos 90 no Chile atingem principalmente os trabalhadores mais pobres até hoje. Em 2016 o país ainda não tem uma reserva estatal para aposentadorias e pensões. Neste domingo (23) milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra o sistema de previdência privada em mais de 40 cidades simultaneamente e a presidenta, Michelle Bachelet, antedeu ao chamado. Ela anunciou que vai impulsionar a sanção da previdência do Estado.

manifestação no Chile - Agencia Uno

Bachelet emitiu um comunicado aos manifestantes que dão nome à marcha de “No+AFP” (previdências privadas) e afirmou que o governo está disposto a dialogar com os trabalhadores. "Os cidadãos nos lembraram uma vez mais, com relação às pensões, que temos um desafio enorme: assegurar que as pensões sejam justas e reconheçam a dignidade e o esforço trabalhista das pessoas”, disse.

O porta-voz do movimento “No+AFP”, Luis Mesina, destacou que a convocatória teve um efeito muito positivo porque atingiu muitas cidades e avaliou como vitoriosa a manifestação contra o sistema de pensões. Assegurou ainda que este apenas o começo de uma movimentação para chamar a atenção das autoridades.

“O descontentamento das pessoas superou a paciência dos chilenos, é um chamado de atenção às autoridades que se mostraram indolentes frente à esta demanda que nos afeta tanto”, afirmou Mesina à imprensa local.

Mesina afirmou que o movimento vai fazer novas manifestações no dia 10 de agosto e 10 de outubro. “Queremos chamar a atenção, queremos que este governo nos escute, que a classe politica e o Congresso nos escute”.