Suplicy afirma que ato em reintegração foi para evitar violência

O ex-senador Eduardo Suplicy foi solto no início da tarde desta segunda-feira (25) após ter sido preso pela Polícia Militar de São Paulo por deitar no chão impedindo a passagem da PM que realizava reintegração de posse em terreno na zona oeste de São Paulo. Um grupo de policiais carregou à força Suplicy do local e depois o encaminharam a 75ª DP, no Jardim Arpoador, na Zona Oeste de São Paulo. Suplicy foi acusado de desobediência e obstrução da justiça.

Suplicy é preso pela PM

Após deixar a delegacia no início da tarde, Suplicy explicou em vídeo nas redes sociais que havia um grupo de pms armados com escudos e seguidos por uma escavadeira que ia ao encontro de pelo menos 80 pessoas da comunidade. A área do conflito fica na rua José Porfírio de Souza, 892, no Jardim Raposo Tavares.

 
“Eu fiquei com receio de que pudesse haver uma cena de violência, quase que incontrolável . Ai eu …vou me deitar aqui para prevenir e evitar qualquer cena de violência”, justificou Suplicy. Além da prisão do ex-senador, houve troca de tiros quando os moradores se revoltaram após uma criança ter sido atingida por gás lacrimogêno. 

A truculência da polícia durante a ação foi motivo de comentários nas redes sociais. "Se fazem isso com um ex-senador da República, imagine o que sofre a população que tanto precisa de apoio", postou um internauta.

Área de risco

A prefeitura de São Paulo confirmou que a área ocupada é municipal e apresenta elevado risco elevado de desabamento, "o que inviabiliza construção de moradia popular", diz a nota. "A Defesa Civil do município estudou a possibilidade de retirar apenas parte dos barracos, mas concluiu que isso colocaria os demais barracos em risco, por causa da fragilidade estrutural do conjunto. A reintegração de posse é uma determinação judicial e os moradores foram avisados previamente sobre a desocupação".

 
Segundo a prefeitura, 211 famílias residem no local e estão cadastradas no programa habitacional do município. A prefeitura informou ainda que uma equipe do Serviço Especializado de Abordagem Social foi ao local da reintegração para encaminhar as pessoas que tenham interesse à rede socioassistencial do município. "As famílias interessadas nos serviços, como a inclusão no Cadastro Único para programas sociais do Governo Federal e encaminhamentos para Centros de Acolhida, também podem procurar espontaneamente o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Butantã na Avenida Junta Mizumoto, 591", diz nota da prefeitura.
Confira o video em que o senador é carregado pelos policiais