Os 70 anos do biquíni

A criação do francês Louis Réard foi apresentada pela primeira vez em 5 de julho de 1946, em Paris; a modelo foi Micheline Bernardini.

Biquini - Divulgação

O primeiro traje oficial para natação – se é que pode ser chamado assim – era, na verdade, um dispositivo! Surgiu em 1753, criado pelos moralistas Quakers – era a “carruagem de banho”, uma espécie de cabine de madeira com rodas e degraus, puxada a cavalo. A mulher entrava e o cavalo arrastava a engenhoca para o mar, até o ponto em que se tornava uma bóia e flutuava. Longe o suficiente para, fora das vistas dos curiosos, a mulher poder mergulhar – numa época em que a mera exibição de um tornozelo causaria escândalo!

Os trajes de banho usados no século 19, pelas mulheres, obedeciam ao estilo vitoriano; eram desajeitados e muitas vezes pouco práticos. Geralmente eram pretos, cobriam até o joelho, feitos de lã, muitas vezes com uma gola ao estilo marinheiro, e enfeitado com fitas e arcos. E complementados com meias pretas e compridas, chinelos de banho e bonés. Para os homens era a mesma coisa: mangas compridas de lã, que cobriam corpos e pernas.

O que têm em comum as bombas atômicas e os biquínis? A palavra "bikini" vem do nome da ilha chamada Atol de Bikini, onde os EUA em 1946 fizeram testes com a bomba atômica.

Louis Réard inventou o biquíni duas semanas depois das explosões e deu o nome do atol à nova roupa de banho.

O biquíni foi usado pela primeira vez pela modelo nudista francesa Micheline Bernardini, em 5 de julho de 1946, durante a “Fête de l’eau” (Festa da água) na Piscina Molitor, em Paris. A estampa impressa no biquíni reproduzia uma página de jornal.

O impacto foi grande e Micheline recebeu 50 mil cartas de fãs fervorosos!

Mas o biquíni esperou até 1956 para ser lançado mundialmente. Isso ocorreu quando Brigitte Bardot o apresentou, no filme E Deus criou a mulher. Embora não tenha inventado o biquíni, Bardot poderia ter parte do crédito! Ela o popularizou quando exibiu suas curvas no cinema e ampliou o apelo deste estilo de maiô na Europa, EUA e no mundo.

Daí em diante o Brasil se apossou da criação que até hoje é identificada com as brasileiras. Principalmente depois da Garota de Ipanema ter conquistado Tom Jobim, Vinícius de Moraes, e o mundo.