Centrais unificadas em defesa dos direitos e pela queda dos juros

Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e União Geral dos Trabalhadores (UGT) protestaram nesta terça-feira (19), na avenida Paulista, em São Paulo, contra a política de juros altos, que atualmente fixa o índice em 14,25% ao ano. A manifestação faz parte do calendário unificado de ações das centrais.

Centrais unificadas contra taxa de juros - CTB

De acordo com o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, faz cerca de um mês que as centrais têm se encontrado para definir uma agenda de ações para denunciar quaisquer medidas que prejudiquem o trabalhador brasileiro.

 
O próximo ato será uma plenária em São Paulo, no dia 26, reunindo sindicalistas de todo o Brasil para divulgar um manifesto assinado pelas centrais contra o ataque aos direitos trabalhistas. 
 
“Espero começar a próxima reunião com uma vaia coletiva ao presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria)”, reforçou Juruna. O sindicalista se referiu ao presidente da CNI, Robson Andrade, que propôs neste mês o aumento da jornada de trabalho para 80 horas semanais.
 
Juros altos prejudicam investimento
 
“Quanto maior forem os juros, mais se inibirá o investimento. Num momento em que precisamos gerar empregos, chega a ser perversa a transferência de recursos da produção para os bancos”, destacou Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT.
 
Álvaro Egea, da CSB, lembrou que o setor financeiro é o principal favorecido com os juros altos. “Diante dessa situação, setor produtivo e trabalhadores acabam como reféns dessa política, cujas principais consequências são a interferência na capacidade de produção e o fechamento de postos de trabalho”, explicou.
 
Trabalhador paga a conta
Secretário-geral da UGT, Canindé Pegado afirmou que “este país não seria nada se não fossem os trabalhadores lutando por melhores dias e para nossa economia crescer”.
 
Ele classificou de absurdo “esses juros exorbitantes de 14,25% da Selic e os juros praticados pelos bancos, que beiram os 600%”. Para o secretário da UGT, trata-se de “um assalto ao bolso dos trabalhadores e dos consumidores”.
 
Greve geral
 
O presidente da CTB de São Paulo, Onofre Gonçalves, cogitou uma possível greve geral em caso de o governo interino levar adiante o “pacote de maldades” contra o trabalhador.
 
“A política de juros altos só traz prejuízos para o nosso país e, principalmente, para a classe trabalhadora. Defendemos a redução dos juros para que se alavanque a economia brasileira. Juros altos só interessam aos especuladores”, argumentou Onofre.