Mais Médicos continua no Brasil, Cuba estende prazo da primeira turma

O programa Mais Médicos conta atualmente com cerca de 12 mil profissionais de saúde estrangeiros no Brasil, destes, mais de 10 mil são cubanos. Uma notícia divulgada nesta segunda-feira (18) gerou mau entendimento sobre o futuro do projeto. O fato é que o programa de cooperação continua normalmente. O prazo de três anos da primeira turma que chegou ao Brasil em 2013 encerra em agosto e outubro deste ano e cerca de 1600 profissionais voltarão a Cuba, porém, só em novembro, depois das Olimpíadas.

Médicos cubanos - Alan Sampaio / Ig

Uma notícia que circulou em alguns portais de notícia nesta segunda-feira (18) anunciava uma suposta convocação de Cuba para retirar os médicos cubanos integrantes do programa Mais Médicos do Brasil. Na verdade, a nota oficial emitida pelo Ministério da Saúde Pública de Cuba explicava aos profissionais de saúde cubanos como será o procedimento de volta à ilha quando encerrar o contrato deles, depois de três anos cumprindo a missão no território brasileiro e avisa que deverão permanecer alguns meses a mais, para não sair durante megaeventos, como as Olimpíadas e as eleições municipais porque o governo cubano entende que não se deve retirar profissionais de saúde nesta situação dos países que recebem a missão.

É um princípio de Cuba nunca retirar seus médicos dos países para onde sua missão de medicina é enviada durante situações delicadas. São consideradas assim, crises humanitárias, eventos de grandes proporções e outras situações não corriqueiras. No caso do Brasil, o que fez com que o governo cubano anunciasse a extensão do prazo dos médicos foram as Olimpíadas, que começam em agosto deste ano, e as eleições municipais, a serem realizadas em outubro.

Portanto, os cerca de 1600 médicos enviados ao Brasil nas duas primeiras turmas, em agosto e outubro de 2013, devem voltar ao país de origem depois do prazo estipulado inicialmente. Eles permanecerão alguns meses a mais, e voltarão à ilha em novembro. Os dois governos negociam agora se novos profissionais serão enviados para substituí-los, mas este processo já estava previsto e não foi firmado à época, nenhum contrato de substituição imediata.

A nota do Ministério da Saúde Pública de Cuba país explica, de forma detalhada, como será o procedimento de saída dos médicos. E não cita, em nenhum momento, encerramento da missão no Brasil. Aparentemente, trata-se de um documento corriqueiro para orientar os profissionais cubanos sobre como devem proceder com documentação, finanças e itinerários antes de deixar seus postos de trabalho.

Atualmente o programa Mais Médicos atende mais de 60 milhões de brasileiros nas regiões mais remotas do país.