Cinco fatos curiosos sobre William Faulkner

Considerado um dos maiores escritores estadunidenses do século 20, William Faulkner recebeu o Prêmio Nobel de Literatura de 1949, o Pulitzer de 1955 e de 1962, além de diversas outras laureações.

Faulkner - Arquivo

Faulkner utilizou, com mestria, a técnica do fluxo de consciência, consagrada por James Joyce, Virginia Woolf, Marcel Proust e Thomas Mann, e narrou a decadência do sul dos Estados Unidos.

Seus personagens viveram situações desesperadoras no condado imaginário de Yoknapatawpha. E assim como suas criações, o criador também ficou conhecido por ser arredio à fama e ter “manias estranhas”.

Conheça cinco delas:

1 – Faulkner recusou um convite para um jantar com a primeira-dama americana Jacqueline Kennedy. Alegou que “era uma viagem muito longa só para comer.”

2 – Ele ganhava a vida como carteiro, mas foi demitido porque costumava ler no serviço.

3 – Faulkner nunca se formou na faculdade nem na escola. Mas, se não conseguiu nenhum diploma, ganhou todos os grandes prêmios da literatura mundial.

4 – O autor queria lutar na guerra, mas foi rejeitado pelo exército americano, em 1914, por ser muito baixinho. Ele até tentou uma dieta cheia de banana e água antes do exame médico para dar a impressão de ser parrudo, ainda que baixo. Não deu certo. No entanto, Faulkner conseguiu se alistar no exército inglês forjando uma carta de um examinador como o fictício nome Edward Twimberly-Thorndyke.

5 – O único presente de natal que William aceitava da família eram limpadores de cachimbo. Se ele ganhasse algum outro tipo de presente, ele levava para seu escritório e deixava o embrulho lá. Nem abria.

Cinco obras-primas de Faulkner:

O som e a fúria – Este marca o início da chamada “segunda fase” da carreira de William Faulkner e é considerado sua obra mais importante. O ambiente é o sul dos Estados Unidos, escravocrata e derrotado na Guerra da Secessão. O som e a fúria narra a agonia de uma família da velha aristocracia sulista, os Compson, entre os dias 2 de julho de 1910 e 8 de abril de 1928. Um apêndice, acrescentado pelo escritor em 1946, fornece outras informações sobre a história dos Compson entre 1699 e 1945. Assim, é possível afirmar que o grande personagem desta obra-prima é o tempo, o que lhe confere interesse universal.

Luz em agosto – Este romance radicaliza alguns dos procedimentos característicos da prosa de Faulkner para apresentar três histórias aparentemente distintas, que terminam por se entrecruzar. O tempo da narrativa está sujeito a avanços e recuos, mas essa instabilidade temporal nunca obscurece nem torna hermético o que se conta.

O intruso – Um livro sobre preconceito racial, no qual um negro é acusado de matar um branco. Numa narrativa de cunho policial e sociológico, o autor acompanha os planos do acusado para se livrar do linchamento, ajudado pelo advogado Gail Stevens, personagem recorrente nas obras de William Faulkner.

Os desgarrados – Publicada em 1962, esta é a última obra completa de William Faulkner. Os desgarrados traz uma narrativa cômica sobre um menino de 11 anos e dois empregados de seu avô que roubam o carro da família – um dos primeiros veículos da região – e vão para a cidade de Memphis. Ali vivem trapalhadas envolvendo um bordel, a cadeia, malandros, cavalos de corrida, jogadores e gente de sociedade.

Absalão, Absalão – Faulkner exibe a sua maestria ao contar a trajetória de poder e declínio de Thomas Sutpen, o patriarca de uma dinastia que é derrubado pelos próprios descendentes, em uma narrativa pujante que tem como pano de fundo a Guerra Civil Americana (1861-1865).