Macri pede para argentinos usarem suéter para economizar energia

Parece que o projeto neoliberal que tentam implementar uma vez mais na América Latina já começa a dar os primeiros sinais de fracasso. O presidente Mauricio Macri, que impôs aumentos de até 500% nas tarifas de energia elétrica e gás, justificou a medida como forma de fazer as pessoas economizarem. E sugeriu que ao invés de ligar os aquecedores, diante das temperaturas baixíssimas do inverno argentino, as pessoas “usem suéter dentro de casa”.

Mauricio Macri - Divulgação

O projeto neoliberal de Macri, assim como o programa de Michel Temer, no Brasil, prioriza fortalecer o mercado em detrimento do Estado. Mas no país vizinho, onde a agenda mudou em dezembro passado, os primeiros sinais de fracasso já começam a aparecer. As pessoas mais pobres já perderam cerca de 30% do poder de compra dos salário mínimo mais de mil trabalhadores são demitidos por dia.

Diante desta crise, o presidente fala em “economia de energia” para o “desenvolvimento do país”. Sim, a justificativa de Macri para o aumento exorbitante das tarifas básicas foi esta. Segundo ele, os preços estão mais caros para alertar as pessoas sobre a “necessidade de controlar” o consumo diário de energia porque “o país precisa dela para crescer”.

Durante a inauguração de obras de ampliação de um terminal portuário em Bahia Blanca, o presidente pediu aos cidadãos argentinos para serem “mais austeros” no consumo de energia e gás. Ambos os serviços eram subsidiados pelo Estado durante os governos de Néstor e Cristina Kirchner, a fim de garantir o acesso de toda a população.

Uma das “dicas de economia” de Macri foi sugerir que as pessoas usem blusas de lã dentro de casa, ao invés de ligar os aquecedores. Vale ressaltar que uma das maiores regiões do país, a Patagônia, as temperaturas são extremamente baixas a maior parte do ano. “Como antes a energia era gratuita, nos transformamos em contaminadores em série do meio ambiente (…) em vez de andar com suéter em casa a uma temperatura agradável, como fazem os chilenos, os uruguaios em suas casas”, insistiu Macri.