Depois de encontro com Temer, Cunha renuncia à presidência da Câmara

Eduardo Cunha (PMDB-RJ) convocou coletiva de imprensa para anunciar a renúncia à presidência da Câmara dos Deputados. Afastado do cargo desde 5 de maio por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que também suspendeu seu mandato parlamentar por tempo indeterminado por conta das investigações da Lava Jato, Cunha fez o anúncio da decisão em um pronunciamento no Salão Verde da Câmara.

Jean Wyllys, tchau Cunha

Desde o encontro de Cunha com Temer, na tarde de domingo, dia 26, especulava-se sobre a saída do parlamentar da presidência. Antes do anúncio, Cunha foi à Secretaria Geral da Mesa para entregar a carta de renúncia.

Impedido de circular pelas dependências da Câmara, Cunha teve que fazer uma comunicação prévia ao STF para poder fazer o pronunciamento nas dependências do Legislativo.

Fez a leitura de uma carta entregue à Câmara, dirigida ao presidente interino da Casa, o deputado Waldir Maranhão (PP-MA). “Estou pagando um alto preço por ter dado início ao impeachment”, justificou ele, tentando dar uma de vítima, quando todo o processo de abertura do pedido de impeachment foi dado por conta de sua vingança porque a presidenta Dilma Rousseff não deu os votos que ele queria para impedir sua cassação no Conselho de Ética.

Sem citar as contas secretas na Suiça e as propinas citadas nas delações da Lava Jato, Cunha afirmou que tem "a consciência tranquila não só da minha inocência bem como de ter contribuído para que o meu país se tornasse melhor e se livrasse do criminoso governo do PT".