“Começaremos com medidas, digamos assim, mais impopulares”, diz Temer

Enquanto pelo país aumentam os movimentos pelo “Fora Temer” e contra o golpe, o presidente interino Michel Temer foi recebido com aplausos entusiásticos nesta segunda-feira (4) pela plateia da Global Agrobusiness Fórum, realizada na capital paulista. Ao discursar no evento, ele disse que não teme propor medidas impopulares.

Michel-Temer-coletiva-imprensa - Lula Marques

“Esse apoio é fundamental porque a partir de certo momento, começaremos com medidas, digamos assim, mais impopulares”, avisou Temer. “As pessoas me perguntam: ‘Você não teme propor medidas impopulares?’ Não. Porque o meu objetivo não é eleitoral. O meu objetivo, nesses dois anos e meio, se eu ficar dois anos e meio, é conseguir colocar o Brasil nos trilhos, é o que basta. Não quero mais nada da vida pública”, afirmou, sob aplausos.

“As palmas aqui são verdadeiras, daqueles que se entusiasmam com o nosso país”, disse Temer. O interino entrou no auditório do hotel Grand Hyatt acompanhado do governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin (PSDB).

Temer disse que, em pouco tempo de governo, já conseguiu estabelecer uma conexão entre o Executivo e o Legislativo, garantindo as aprovações no Congresso. Levantamento feito pela Folha de S. Paulo dá conta de que o governo Temer distribuiu em junho o maior valor mensal resultante de emendas parlamentares, chegando a R$ 669 milhões em junho.

“Tivemos uma maioria extraordinária na votação da DRU. Sem as ausências, teríamos 371 votos na Câmara”, disse o usurpador. “Na mudança da meta fiscal, havia quórum na Câmara e no Senado às 4h30 da manhã… Em pouquíssimo tempo, conseguimos estabelecer uma conexão entre Legislativo e Executivo. Em um estado democrático, você depende do Congresso. Tem que haver interação entre os dois poderes”, disse.

Promovendo cortes nos programas sociais, Temer garantiu que o governo está empenhado na contenção de gastos.

Representantes do agronegócio apresentaram um comunicado de apoio a Temer intitulado “Manifesto de confiança ao governo brasileiro”. “Esse apoio é fundamental porque a partir de certo momento, começaremos com medidas, digamos assim, mais impopulares”, afirmou, sem especificar quais seriam.