Exposição de cartazes soviéticos da 2ª Guerra atrai milhares no Rio

A mostra Cartazes e Filmes Soviéticos da Segunda Guerra Mundial realizada por meio da parceria entre a Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e o Consulado da Federação Russa no Rio de Janeiro terminou neste sábado (2) com grande sucesso de púbico.

Exposição de cartazes soviéticos

O acervo de cartazes e filmes foi cedido pelo Consulado da Federação Russa no Rio de Janeiro e atraiu milhares de pessoas de todas as partes do país. A exposição reuniu 68 peças produzidas por alguns dos maiores artistas plásticos da época, como Dmitry Moor, Viktor Deni, Mikhail Cheremnyh, Alexei Kokorekin, entre outros, que atenderam à convocação do governo soviético ao esforço de mobilizar população e tropas para resistir a todo o custo à agressão nazifacista.

Em linguagem simples e direta, os cartazes são considerados verdadeiras obras primas e já foram vistos por milhares de pessoas em exposições itinerantes em várias partes do mundo.

Além dos cartazes, a exposição também apresentou obras renomadas do cinema soviético, entre elas: "Auroras Nascem Tranquilas" (1972), de Stanislav Rostotsky; "A Infância de Ivan" (1962), de Andrei Tarkovsky; "A Resistência" (2010), de Alexander Kottt; "Neve Ardente" (1974), de Gavriil Egiazarov; "A Balada do Soldado" (1959), de Grigory Chukhray e "O Pai do Soldado" (1964), de Rezo Chkheidze.

Segundo o presidente da associação, Breno Amorim, a recepção do público brasileiro foi muito positiva. "Primeiro porque foi um primeiro contato com uma arte gráfica e uma técnica de comunicação então muito típica da União Soviética e que expressa a guerra que eles vivenciaram de uma maneira muito dramática. Aquilo nos dá a percepção do que foi a guerra nos territórios dos povos da Rússia. A mensagem mostra o quanto aquele povo teve que ser engajado numa luta de morte e de resistência contra o nazifacismo."

Amorim observa que os filmes mostram muito esse aspecto através de produções que não eram muito difundidas no Ocidente. Mesmo aqui no Brasil, poucos conheciam, somente professores e a maioria do público assistiu aos filmes pela primeira vez.
"Tudo aquilo que a gente vê no chamado front oriental nunca chegou a nós de forma tão fidedigna, muito bem traduzidos através de roteiros dramáticos e produções muito bem cuidadas. Você vê um estilo de cinema que tem como preocupação edificar uma história. Nisso eles são muito bem sucedidos."
O presidente da associação diz que o público da Casa da FEB é formado por familiares, descendentes, amigos, militares e todos aqueles que têm intimidade com a causa da FEB. Segundo ele, a associação ficou durante muito tempo voltada para a figura dos veteranos, que hoje já não são em grande número. Houve então uma transição para um novo perfil de associado que, primeiramente, são os filhos, netos, bisnetos, amigos. O objetivo é trazer não só esse, mas um novo público.