Andrey Lemos: Seguimos na luta pela liberdade de amar as pessoas

Nesta terça-feira (28) é celebrado o Dia Mundial do Orgulho LGBT. Em visita à redação do Portal Vermelho, o presidente da União Nacional LGBT (UNALGBT), Andrey Lemos, analisa a conjuntura e comenta a respeito dos desafios a serem enfrentados para superar o preconceito e a exclusão, em um contexto de ascensão do conservadorismo e perseguição às minorias.

Por Laís Gouveia

Lula destacou que o primeiro encontro do Foro de São Paulo, realizado em 1990 na capital paulista foi o impulso para um largo processo de mudanças positivas em vários países da região. E agradeceu a solidariedade dos chefes de Estado e dirigentes político

Andrey, que atua na luta pelos direitos LGBT´s há 18 anos, avalia que, em um contexto de ameaças à democracia e elevação do fundamentalismo, a UNALGBT atua lutando contra as perdas de direitos adquiridos nos últimos anos. “O governo golpista Temer já interfere nas conquistas, ele ameaça diretamente as políticas de participação social, no reconhecimento das diferentes formas de acesso e de invisibilidade de algumas populações, a gestão pública precisa promover o tratamento desigual para gerar a igualdade de oportunidades e o interino segue na contramão, avançando contra a declaração universal dos direitos humanos”, alerta.

Índices negativos

O presidente da UNA LGBT denuncia , "o Brasil lidera alguns indicadores vergonhosos e isso é muito pouco dito. A estimativa de vida da população transexual é de 35 anos, quando, na população geral, é de 73 anos. Essas pessoas [transsexuais] são expulsas de casa e negligenciadas pela família, escola e religião, restando o mercado informal, a prostituição, a relação com o mundo das drogas de forma desigual e violenta, além dos números de suicídios e depressão que acometem muitos gays. O Brasil lidera o ranking mundial violência contra a população LGBT, é algo assustador, por isso a educação, comunicação e cultura precisam cumprir esse papel de desconstrução das opressões", afirma. 

"Nesta terça-feira (28) é celebrado o dia Mundial do Orgulho LGBT e, recentemente, o mundo inteiro acompanhou o massacre da boate Pulse, em Orlando, mas no Brasil temos seis massacres desses por ano. Em 2015, foram 315 pessoas LGBT´s assassinadas, por isso é necessário continuarmos lutando e resistindo contra o preconceito, a discriminação, e pela liberdade de amar as pessoas", conclui Andrey.

Confira a íntegra a entrevista com Andrey Lemos: