Manifestantes deixam prédio vinculado ao Ministério da Saúde no RJ

Cerca de 25 manifestantes deixaram, na manhã de hoje (27), o prédio do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro (Nerj), depois de 20 dias de ocupação do edifício. Fazem parte do movimento profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), estudantes e usuários. Durante os dias de ocupação, cerca de 50 pessoas participaram das ações do grupo que oferecia oficinas e aulas culturais.

Ocupação em prédio do MS no Rio de Janeiro - Tomaz Silva/Agência Brasil
“Queremos um SUS gratuito e de qualidade para todos. Não admitimos privatização na saúde sob nenhuma hipótese. Outras pautas importantes são as nossas lutas contra a nomeação de Jair Veiga para o Departamento de Gestão Hospitalar (DGH) e contra a permanência de Ricardo Barros como ministro da saúde”.
 
Na última sexta-feira (24), um mandato de reintegração de posse havia sido obtido pelo governo. Porém, os ocupantes decidiram sair por conta própria, sem a ação da polícia. Após se retirar, o grupo fechou por alguns minutos o trânsito da Rua México, no centro do Rio de Janeiro.
 
Segundo a psicóloga sanitarista do Sistema Único de Saúde (SUS) e participante do movimento Ocupa SUS, Amanda Almeida, o grupo decidiu sair para garantir sua própria segurança. De acordo com ela, os manifestantes já estavam esgotados de cansaço e com a segurança sendo colocada em risco.
“Ficamos sabendo do mandato de reintegração de posse na sexta-feira mesmo, embora isso não tenha sido entregue diretamente para nós e, sim, para as entidades que nos apoiam. Chegamos a cogitar uma possível liminar, porém decidimos que não negociaremos com o governo ilegítimo de Michel Temer. Sem mencionar que estávamos começando a ter problemas de segurança como, por exemplo, no último sábado, quando trancaram as portas do andar em que estávamos e nos deixaram literalmente presos. Todos estamos muito cansados também, porque somos, antes de tudo, servidores públicos e tínhamos que conciliar nossas vidas com a ocupação”.
Amanda preferiu não classificar o ato de hoje como uma desocupação, já que, segundo ela, o movimento não se restringe ao prédio do NERJ, mas, sim, a todo o sistema de saúde. “Não estamos desocupando, definitivamente. É uma saída estratégica, visando o melhor para todos. Já na próxima sexta-feira (1º), realizaremos uma reunião para decidir os próximos passos. Continuaremos resistindo, ocupando e lutando pelos nossos direitos”, disse.
Procurado pela Agência Brasil, o Nerj não se manifestou até o fechamento desta reportagem.