Taxa média de juros para famílias bate recorde e é a maior desde 2011

Os bancos do país continuam a aumentar os juros já elevados cobrados das famílias. De acordo com os dados divulgados nesta segunda (27) pelo Banco Central, a taxa média cobradas de pessoas físicas subiu de 71% ao ano para 71,7% no mês passado. É a mais alta desde 2007, nos empréstimos com crédito livre, ou seja, sem levar em consideração os financiamentos de casa própria. 

Taxa de juros

A taxa de juros do cheque especial em maio atingiu 311,3% ao ano. É a mais alta desde julho de 1994, quando a pesquisa começou a ser feita. Em 12 meses, essa taxa já subiu 79,3 pontos percentuais.

A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito é ainda maior: chegou a 471,3% ao ano, em maio, com alta de 18,9 pontos percentuais em relação a abril. Em 12 meses, a taxa subiu 111 pontos percentuais. O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando parcela o valor integral da fatura do cartão. Essa é a modalidade com taxa de juros mais alta na pesquisa do BC.

Os bancos aproveitaram para cobrar mais de quem está disposto a renegociar as dívidas. Os juros médios nesse tipo de modalidade aumentou de 54,7% ao ano para 56% ao ano.

A alta ocorre apesar de a taxa básica de juros, a Selic, permanecer no mesmo patamar desde setembro do ano passado. E, de acordo com reportagem de O Globo, também acontece em um momento no qual a inadimplência das famílias permanece estável. Em maio, apenas o nível de inadimplência em crédito livre subiu levemente, passando de 6,2% para 6,3%, na primeira elevação desde dezembro de 2015.