Temer corta R$ 12 milhões do orçamento para políticas sociais

O presidente interino Michel Temer vem a cada dia intensificando o desmonte das conquistas sociais obtidas nos últimos anos e cortou nesta sexta-feira (23) o equivalente a R$ 12.927.981,00 (doze milhões, novecentos e vinte e sete mil, novecentos e oitenta e um reais) do orçamento destinado às políticas públicas para mulheres, igualdade racial, juventude e direitos humanos, transferindo as verbas para a Presidência da República.

Por Laís Gouveia 

Temer corta 12 milhões para secratarias e envia para ele mesmo

Movimentos ligados à luta pelos direitos da juventude e mulheres denunciam ao Portal Vermelho as estratégias do interino para promover a agenda neoliberal e cortar conquistas sociais históricas. 

Maria das Neves, membro da União Brasileira de Mulheres (UBM) e do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) afirma que o movimento feminista e de juventude não reconhecem o governo ilegítimo de Michel Temer, fruto de um golpe parlamentar, jurídico e midiático.

“O desvio das verbas desses ministérios para o gabinete da Presidência mostra o descompromisso do interino com a luta das mulheres. O primeiro impacto dessa ação será a inviabilização das políticas públicas aprovadas nas conferências nacionais. Perdemos a oportunidade de construir mais Casas da Mulher Brasileira, não construiremos o programa contra o extermínio da juventude negra (Juventude Viva) ou seja, iremos retroagir nos direitos conquistados. O segundo retrocesso será a desestruturação dos Conselhos Nacionais desses segmentos [Igualdade Racial, Juventude e Direitos Humanos], deixando de ter estrutura para atuar e ficam deficientes para manter o acompanhamento e fiscalização das políticas públicas. A retirada dos recursos consolida o fim das ações voltadas para essas parcelas”, denuncia a jovem.

Daniel Souza, presidente do Conjuve, avalia que os cortes orçamentários só podem ser de um governo que rompeu com a democracia e executa um programa ultraliberal não legitimado nas urnas.

“Essa postura só visibiliza um governo de Estado mínimo, com cortes em políticas sociais, uma política econômica baseada na austeridade e de profunda afronta à Constituição. No governo Dilma havia um projeto integrado na construção de políticas públicas, Temer desmontou essa conjunção transversal, separando as secretarias, retirando o seu orçamento, esvaziando as políticas públicas de juventude, gerando a redução de direitos e a não compreensão do jovem, reforçando o encarceramento e o extermino da juventude negra e periférica”, avalia.

Confira a íntegra das falas de Maria das Neves e Daniel Souza: