Para Gleisi, espetáculo da ação da PF foi para "constranger"

Em discurso na tribuna do Senado nesta segunda-feira (27), a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) repeliu a ação da Polícia Federal em sua residência. Segundo ela, a ação que resultou na prisão do seu marido, o ex-ministro Paulo Bernando, teve "a clara intenção de constranger".

Gleisi Hoffmann

Em artigo, a senadora afirmou que "a prisão de Paulo Bernardo foi um despropósito do princípio ao fim" e questionou: "Prisão preventiva? Prevenir o que? Um processo iniciado em meados de 2015, sem nenhuma diligência feita, nenhuma oitiva realizada, mesmo por diversas vezes ter ele solicitado para depor?".

Ela destacou ainda a espetacularização montada para os holofotes da grande mídia. "A operação montada para a busca e apreensão em nossa casa e para a prisão do Paulo foi surreal. Até helicópteros foram usados, força policial armada, muitos carros! Pra que isso, chamar atenção? Demonstração de força? Humilhação? Gasto de dinheiro público desnecessário, é isso!", rechaçou.

E completa: "Foi uma clara tentativa de humilhar um ex-ministro nos governos Lula e Dilma, que colheu muitos elogios no exercício de seu cargo. É também uma tentativa de abalar emocionalmente o trabalho de um grupo crescente de senadores que discordam dos argumentos que ora vêm sendo usados para afastar uma presidenta legitimamente eleita por mais de 54 milhões de votos".

A senadora ressaltou que seu marido "sempre esteve à disposição das autoridades, em endereço conhecido, há mais de dois anos não ocupa nenhum cargo público, é aposentado pelo Banco do Brasil, depois de 38 anos de contribuição previdenciária".

"Sei de suas virtudes e de seus defeitos. Sei especialmente o que não faria. E não faria uso de dinheiro alheio para benefício próprio. Não admitiria desvios de recursos públicos para sua satisfação ou da família. Tenho certeza de que não participou ou se beneficiou de um esquema como o que estão acusando-o. Ele sabe que eu nunca o perdoaria!", enfatizou a parlamentar.

Ela ainda enfatizou que o patrimônio do casal "nem de perto chega ao que estão acusando-o de ter se beneficiado". Segundo ela, o casal possui dois imóveis adquiridos antes de 2004 e um, no qual moramos em Curitiba, adquirido em 2009, financiado junto ao Banco do Brasil, por 20 anos.

"A imprensa noticiou nosso apartamento como uma grande cobertura. O condomínio tem 160 apartamentos, com vários prédios pequenos. O que dizem ser cobertura é o último apartamento, no oitavo andar, um pouco maior que os demais. É confortável, jamais luxuoso", declarou.