PCdoB saúda a assinatura do acordo de paz na Colômbia

Por meio de no a Secretaria de Relações Internacionais do PCdoB saudou a assinatura do acordo de Paz na Colômbia no último dia 23 de junho, sendo um passo importante para o fim do conflito de mais de 50 anos.

Paz na Colômbia - Reuters

"O acordo é uma grande vitória política do povo colombiano, das forças democráticas e progressistas desse país irmão e dos movimentos de solidariedade na América Latina e em todo o mundo, que sempre lutaram pela paz democrática", diz a nota.

Confira a íntegra da nota:

"O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) saúda com grande entusiasmo a assinatura do acordo de paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército Popular (Farc-EP). Tal acontecimento tem importância transcendental. Saem fortalecidos os povos da América Latina e a luta pela Paz, beneficiando, portanto, toda a humanidade.
O acordo é uma grande vitória política do povo colombiano, das forças democráticas e progressistas desse país irmão e dos movimentos de solidariedade na América Latina e em todo o mundo, que sempre lutaram pela paz democrática.

O acordo é também uma vitória política das próprias Farc-EP, que foram construídas para responder à prática assassina e terrorista da oligarquia colombiana contra o movimento popular e o povo. Durante mais de 50 anos, as Farc-EP foram atacadas violentamente por forças poderosas, treinadas, financiadas e armadas pelo imperialismo estadunidense. Sua eliminação foi várias vezes prometida e prazos para isso eram constantemente anunciados. Uma gigantesca campanha midiática caluniava os combatentes revolucionários, alcunhando-os de narcoguerrilheiros, invertendo assim a questão, pois eram e são os esquadrões da morte paramilitares – a serviço da direita terrorista – que estavam e estão umbilicalmente ligados ao tráfico de drogas.

Todos os ataques foram incapazes de derrocar a insurgência colombiana, que escreveu – na história da luta popular – páginas de heroísmo e sacrifício. Jamais serão esquecidos nomes como José Eliecer Gaitán, Manuel Marulanda, Jacobo Arenas, Bernardo Jaramillo, Alfonso Cano, Raúl Reyes e tantos que tombaram de armas nas mãos em luta por justiça e liberdade.

Em 2012, de forma digna e altiva, as Farc-EP aceitaram entabular negociações com o governo. Quatro anos de intenso diálogo, que conheceu momentos de recuos e tensões, resultaram em um acordo que traz em seu bojo diversos mecanismos visando a garantir ao movimento social e popular colombiano o direito à expressão e organização e compromete o governo com o desmantelamento das criminosas gangues paramilitares, em um reconhecimento implícito das justas razões que levaram ao surgimento das Farc-EP.

É fundamental agora que os termos do acordo sejam rigorosamente cumpridos, o que exigirá vigilância, cobrança e reforço da solidariedade internacional ao povo colombiano.
Na sequência, apoiamos igualmente para que prospere o já anunciado processo de diálogo com o Exército de Libertação Nacional (ELN), em relação ao qual expressamos nosso otimismo por um desfecho igualmente exitoso.

Por fim, é importante ressaltar o papel de Cuba socialista, sede dos diálogos e principal articulador das negociações entre as partes. Como declarou sobre isso o presidente cubano Raúl Castro: “A conquista da paz será a esperança para milhões de pessoas no planeta, cuja principal preocupação segue sendo a sobrevivência em um mundo convulsionado pela violência e pela guerra. A paz não é uma utopia, é o direito legítimo dos seres humanos e uma condição indispensável para que se respeite os direitos humanos, em particular, o direito à vida”.

A Secretaria de Política e Relações Internacionais do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)