Sem recursos, supercomputador brasileiro é desligado

O supercomputador brasileiro, Santos Dumont, o mais potente da América Latina e um das 300 máquinas mais rápidas do mundo, teve que ser desligado por falta de recursos para pagamento de energia elétrica. O equipamento está no Laboratório Nacional de Computação Científica, que fica em Petrópolis (RJ) e estava processando dados de estudos sobre o vírus zika, mal de Alzheimer e sobre a camada do pré-sal.

Supercomputador - Foto: Sinapad/Laboratório Nacional de Computação Científica/ Divulgação

O supercomputador conseguiu processar cadeias de proteínas que podem ser utilizadas em tratamentos contra o mal de Alzheimer em apenas três dias. Laboratórios comuns não chegaram ao mesmo resultado em mais de três anos de estudo. Seis pesquisas já estão atrasadas e 75 ainda nem começaram, entre projetos na área de energia, petróleo, gás e saúde.

A direção do laboratório explicou que o equipamento consome 80% dos recursos públicos que são direcionados à entidade. E que gasta uma energia de quase R$ 500 mil reais/mês. Por isso, o desligamento foi inevitável.

"No mês de maio, vimos que não havia a possibilidade de manter o computador ligado e tivemos a decisão de desligá-lo, diante da imprevisibilidade de chegada dos recursos para a energia elétrica", disse Augusto Gadelha, diretor da LNCC. Para o diretor, não há previsão de seu religamento.

O ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – que teve seu orçamento cortado assim que Temer assumiu à Presidência da República informou que está ciente da situação.

Supercomputador

O Santos Dumont é até um milhão de vezes mais rápido do que um notebook doméstico. A máquina é composta por 18.144 núcleos de processadores Intel Xeon E5–2695v2 de 2,4 GHz, divididos em 756 nós de computação, que estão interligados para formar o supercomputador de 380 metros quadrados. Cada nó possui 64 GB de memória DDR3, resultando em pouco mais de 47 TB de RAM, e alguns deles são especializados em certas tarefas, contando também com chips gráficos Nvidia Tesla K40 e coprocessadores Xeon Phi.