Venezuela conquista nova vitória na OEA

Os estados membros da OEA se reuniram nesta quinta-feira (23), em sessão extraordinária, para decidir se aplicariam ou não a Carta Democrática Interamericana contra a Venezuela. Apesar da pressão imposta pelo secretário-geral do organismo, Luis Almagro, a proposta não foi aceita.

Reunião da OEA - Divulgação / OEA

O debate durou aproximadamente quatro horas e o Conselho Permanente da OEA se limitou a “tomar nota” da sessão extraordinária, que decidiu continuar apoiando o diálogo entre o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e a oposição representada pela Mesa da Unidade Democrática, a MUD.

O advogado constitucionalista Hermann Escarrá destacou a capacidade diplomática do governo venezuelano, em particular a eloquência da chanceler Delcy Rodríguez para agir diante desta ofensiva impulsionada por Almagro. “A Venezuela triunfa, primeiro pelo discurso da chanceler, e segundo pelo consenso sobre o diálogo que chegaram os países, em terceiro lugar por não aceitar nenhuma intervenção”, afirmou.

A insistência de Almagro em aplicar a Carta Democrática contra a Venezuela foi considerada “exagerada” pelos estados membros, e mostra seu estreito alinhamento aos interesses dos Estados Unidos de desestabilizar o governo progressista venezuelano.

Por conta disso, o embaixador da Bolívia, Diego Pary, usou o debate para exigir a renúncia de Almagro na OEA. No começo da semana o ex-presidente do Uruguai, José “Pepe” Mujica, divulgou uma carta enviada em novembro ao secretário-geral do organismo, onde expressa sua decepção com os rumos escolhidos por ele, que já foi ministro das Relações Exteriores em seu governo.